Esqueça todos os estereótipos sobre a África: o país da Copa não poderia estar mais distante deles. Por mais estranho que possa parecer, a realidade sul-africana se aproxima mais da brasileira do que da de Moçambique e do Zimbábue, seus países vizinhos. Em vez da pobreza ostensiva que marca o continente negro, na África do Sul construções imponentes, carros de luxo e praias paradisíacas dividem espaço com favelas e altos índices de violência. Nada muito diferente da desigualdade que a gente vê no Rio de Janeiro, em São Paulo ou em Porto Alegre.

Continua depois da publicidade

Mas, claro, qualquer comparação é limitada, e a África do Sul promete muitas surpresas para quem se dispõe a desvendá-la. Alijada dos roteiros turísticos até princípios da década de 90 por ser considerado um destino politicamente incorreto, devido à política do apartheid, o país que tem uma das seis cidades mais bonitas do mundo aos poucos é redescoberto por turistas de todo o planeta. A seguir, uma amostra do que te espera por lá: cinco lugares inesquecíveis para visitar, ou, melhor, cinco pretextos para amar a África do Sul – e que justificariam a escolha do país como destino de viagem mesmo que nem houvesse nenhuma seleção de futebol por lá (até porque o esporte preferido nacional é o rúgbi!)

Porque tem uma das cidades mais bonitas do mundo

Destacada pelo Guiness Book uma das seis cidades mais bonitas do mundo, a capital legislativa da África do Sul surpreende por uma combinação deslumbrante entre montanha e praia, com níveis de organização e limpeza comparáveis a padrões europeus. A paisagem de Cape Town (Cidade do Cabo) lembra um pouco o Rio de Janeiro, com direito a bondinho e tudo para chegar ao topo da Table Mountain, a montanha em formato de mesa que contorna a cidade.

Do alto dos mais de mil metros de altura da Table Mountain, é possível ter uma vista inesquecível de Cape Town, que oferece ainda praias luxuosas e balaladas, como Campus Bay, e um porto que reúne charmosos com resturantes à beira-mar, o imperdível Victoria Alfred Waterfront. Aliás, o porto é um dos melhores lugares para assistir a apresentações de música e dança de grupos locais.

Continua depois da publicidade

Porque é uma aula de história

Uma das atrações imperdíveis na Cidade do Cabo é a ilha Robben (Robben Island), a antiga prisão de segurança máxima do regime do apartheid, onde Nelson Mandela ficou preso por 27 anos. O mais legal é que a visita guiada é conduzida por ex-prisioneiros, que relatam com detalhes como era a vida lá. Além de cercada por uma paisagem deslumbrante, com vista privilegiada para a Table Montain, a ilha é roteiro imprescindível para entender o contexto histórico do aparthaid – e a sua superação. Localizado a 11 quilômetros da Cidade do Cabo, é Patrimônio da Humanidade da Unesco desde 1999.

Porque é um refúgio da natureza selvagem

Para quem está à procura da África Selvagem, com leões e elefantes, macacos e búfalos, o Kruger National Park é o local ideal. Localizado próximo à cidade de Nelspruit, a 330 quilômetros de Johannesburgo, o parque oferece uma ótima infra-estrutura, dotada de cabanas para se hospedar, lojas e restaurantes, com opções para todos os gostos e bolsos. Como os animais ficam soltos, só se pode andar nas rotas dos animais em veículos especiais, mas a vantagem é poder observar todos os animais em seu hábitat natural. Não deixe de fazer o passeio noturno, que reserva emoções no meio da savana para observar animais com hábitos noturnos.

Porque tem sabores incríveis

Para quem não gosta de praia nem de selva, a África do Sul reserva ainda outra faceta deliciosa: a rota dos vinhedos. Vale a pena visitar adegas de pelo menos três localidades: Stellenbosch, Paarl e Franschhoeck. Outra bebida que merece ser degustada é o licor Amarulla, produzido a partir do fruto da Marula, típico das savanas do país.

Porque é uma rota ancestral

A 50 quilômetros da Cidade do Cabo, não deixe de conhecer o Cabo da Boa Esperança, onde é possível observar o encontro das correntes que ligam o oceano Atlântico ao Índico. Era o ponto estratégico das rotas comerciais europeias para o Oriente, contornado, pela primeira vez, por Bartolomeu Dias, no século 15. É preciso fôlego para chegar até o topo, mas a vista do lugar, que ganhou o nome por causa das boas perspectivas dos navegadores de chegarem às Índias, recompensa.

Continua depois da publicidade

Embora os dois oceanos se encontrem realmente só no cabo das Agulhas, algumas dezenas de quilômetros a leste, o Cabo da Boa Esperança é pupularmente conhecido como o ponto de encontro dos dois oceanos.