A Caixa Econômica Federal (CEF), responsável por cerca de 70% dos financiamentos imobiliários do País, contabiliza neste ano R$ 194,2 milhões em contratações de financiamentos habitacionais em Joinville. O total corresponde a 60% do volume de financiamentos na Região Norte de Santa Catarina.
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Considerado uma das principais modalidades de escolha por quem mantém o sonho de ter a casa própria, o financiamento é uma realidade que ganhou ainda mais evidência nos últimos anos com a inserção de melhorias nas condições de crédito, simplificação burocrática e a popularização do programa popular ‘Minha Casa Minha Vida’, do governo federal. Somente na CEF um imóvel novo residencial ou comercial pode ser financiado com até 35 anos para pagar.
De acordo com a economista Jani Floriano, da Universidade da Região de Joinville (Univille), a residência própria é um investimento em patrimônio, então deve ser considerada a opção ideal. No entanto, nem todo cidadão possui renda suficiente para pagar a prestação de um imóvel e, por isso, pode optar pelo aluguel até como uma forma de se preparar financeiramente para a aquisição do seu lar.
— Quanto antes o planejamento e a compra deste bem ocorrer, melhor, tendo em vista a duração costumeira das parcelas e ele ser uma garantia de um patrimônio e segurança no futuro. E se a pessoa, independente da idade, ainda não pode comprar a casa dos sonhos, uma opção é investir em um lote e depois usá-lo como moeda de troca, já com o mesmo valorizado — indica Jani.
Outra avaliação é de que apesar das flexibilizações, ainda é necessário saber o que deve ser levado em conta antes de assinar a compra e o parcelamento da casa própria para não ter sobressaltos. Com isso, com apoio da especialista, o A Notícia montou uma lista com cinco reflexões práticas que devem ser consideradas:
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Investigue
Com a decisão de comprar um imóvel, o primeiro passo a ser feito é pesquisar não só nas imobiliárias e nas construtoras, mas também entrar em contato com os clientes dessas companhias e a vizinhança desses empreendimentos (quando já construídos) para fazer a melhor escolha de acordo com as suas necessidades e o seu bolso. Essa pesquisa prévia pode considerar tanto a questão do tempo de entrega, o preço e a credibilidade do corretor/empresa escolhida. Isto porque, em alguns casos a entrega pode demorar além do combinado; no caso do dinheiro investido desconfie sempre de ofertas muito abaixo do padrão esperado para determinadas regiões; e a confiança da imobiliária e ou construtora responsável, uma vez que a compra do imóvel carrega uma expectativa de vida e é melhor evitar surpresas desagradáveis.
Programe-se
Não compre na empolgação, a tendência é de que essa assinatura venha a ocorrer depois de ao menos um ano de planejamento e quando todos os documentos previstos, do imóvel e do comprador estejam em dia. A programação deve considerar, nos casos em que o imóvel é adquirido ainda na planta, um tempo mais elevado do que o previsto para a entrega, porque segundo a especialista, geralmente as entregas são feitas com atraso – muitas vezes devido até a questões climáticas, como exemplo em períodos frequentes de chuvas que tendem a provocar demora na secagem do cimento e, por consequência, fazem a obra emperrar. Mesmo se a compra for de imóvel pronto, o planejamento é importante porque esse tipo de imóvel costuma ser mais caro e são gastos ao menos três meses até a entrada efetiva dos moradores a depender da burocracia envolvida – evite comprar imóvel em contrato de gaveta. Reserve ainda um tempo para visitar o imóvel já construído em detalhes, para verificar as condições físicas dele antes de concluir o negócio.
Consulte o banco
Antes de investir na compra, consulte o banco para saber o seu limite de crédito. Todo banco geralmente tem interesse de liberar carta de crédito para imóvel, por isso é importante antes consultar o seu limite e conversar com o seu gerente direto para que o banco comece a correr atrás da sua documentação. Essa é uma boa dica, pois você pode ter alguma pequena pendência que as vezes nem lembra e que vai precisar corrigir para não ter o acesso ao empréstimo negado. Pergunte a título de consulta o que é preciso para ter a liberação da sua linha de crédito e quais condições de pagamento e as melhores taxas do mercado. Há ainda outras modalidades, como o consórcio, que é uma espécie de poupança forçada em que o cliente pode ser contemplado ou depois resgatar o dinheiro guardado no período de contrato.
Comprometimento da renda
Nenhum imóvel deve ser comprado na empolgação, quanto maior o patrimônio, maior o valor é o valor do produto e mais cuidado você deve ter para não comprometer a sua renda. Então comprometa-se apenas com aquilo que você pode arcar e coloque na balança, gastos como IPTU ou condomínio, e demais gastos. Não há uma regra que defina o grau de comprometimento da sua renda com a compra de um imóvel, mas uma conta simples ajuda a dar uma noção: se a soma do seu custo de vida e da prestação do imóvel ultrapassar a máxima de 80% a 90% da sua renda, você terá poucos recursos para imprevistos e demais situações. Dessa forma reflita ainda mais o quanto está disposto a se comprometer para ter esse bem.
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Valor de entrada e tempo de quitação
Quando o imóvel não é pago à vista e o consumidor opta pelo parcelamento, o valor de entrada costuma variar na média de 10% a 20% do valor do imóvel, quando o financiamento é feito junto a uma agência bancária. Além disso, coloque na ponta do lápis custos do corretor e do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que deve ser pago na aquisição do imóvel – alíquota de 2% sobre o valor venal. Já para o tempo de quitação, vale a máxima do quanto antes melhor, mas por ser um patrimônio de maior valor agregado muitas famílias chegam a parcelar por cerca de 10, 20 ou 30 anos. Nessas situações é indicado optar pela prestação por amortização, em que ao longo dos anos o preço a ser pago vai sendo reduzido.