Cinco policiais foram presos por suposta responsabilidade na morte de 68 pessoas durante um incêndio em um centro de detenção da cidade de Valencia (norte), informou neste sábado o procurador-geral Tarek William Saab.
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Os agentes pertencem ao Comando da Polícia do estado de Carabobo, onde ocorreu a tragédia na quarta-feira passada.
“Foram emitidas ordens de detenção contra cinco funcionários indiciados por responsabilidade nos trágicos acontecimentos que ocasionaram a morte de 68 cidadãos nas instalações da polícia regional”, escreveu Saab no Twitter.
Segundo a Procuradoria, 68 pessoas morreram no incêndio no Comando da Polícia de Carabobo. Entre as vítimas, havia duas mulheres que visitavam o presídio.
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Entre os detidos neste sábado está o vice-diretor da sede policial.
“O Ministério Público garantirá o esclarecimento desses trágicos acontecimentos e punirá todos os responsáveis sem distinção”, garantiu o procurador-geral.
De acordo com a ONG Una Ventana a la Libertad, de defesa dos direitos dos presos, as chamas foram iniciadas por um grupo de detentos que planejavam uma fuga.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU reivindicou uma investigação “rápida e completa”. Também pediu a Caracas que “conceda indenizações aos familiares das vítimas e (…) identifique e leve os responsáveis à Justiça”.
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O governo Maduro rejeitou as “precipitadas e desproporcionais” declarações da ONU, porque – garante – buscam estabelecer uma “posição tendenciosa sobre a Venezuela, de maneira prejudicial e sem requerer informação oficial”.
“Constitui uma agressão multiforme que se desenvolve contra o nosso país, fazendo uso grosseiro e infame do tema dos direitos humanos”, completa a nota.
O diretor da ONG, Carlos Nieto, culpou o governo pela tragédia, ao apontar o confinamento nesse e em outros centros de detenção. Os réus não deveriam passar mais de 48 horas nesses locais, mas, na prática, permanecem meses.
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A ONG estima em 400% a superlotação nessas instalações.
* AFP