No início do ano custos com o material escolar costumam tirar o sono de pais e responsáveis. A negociação para compra de lápis, cadernos e mochila costuma ser não somente no comércio, mas também com os pequenos que desejam, muitas vezes, levar para sala de aula materiais com os seus personagens favoritos ou que estão na moda.
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O coordenador e professor do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Estácio de Santa Catarina, Geraldo Luiz de Oliveira Silva, dá algumas dicas de como economizar na compra do material escolar e também como aproveitar o momento para passar alguns ensinamentos para as crianças e adolescentes.
— Precisamos entender que não é o material mais caro que, necessariamente, é o melhor. Esse é o ponto chave quando vamos as compras. Para atendermos as necessidades desses alunos precisamos, primeiramente, avaliar se os materiais utilizados no ano anterior precisam mesmo serem substituídos. Será que precisamos trocar a mochila, o estojo, as réguas, lápis, tesouras ou até mesmo os cadernos? As crianças podem até não ficarem muito satisfeitas, mas, essa é mais uma oportunidade de orientá-los sobre educação financeira e sustentabilidade do nosso planeta — ressalta Geraldo, que dá outras cinco dicas valiosas.
1 – Compare preços
Talvez a papelaria mais próxima não seja a que tenha o melhor preço. Você já pensou nisso? Faça sua relação de materiais e apresente em, pelo menos, três papelarias em bairros diferentes. Você irá se surpreender com a variação de preços entre elas.
2 – Negocie a entrega
Será mesmo necessário comprar todo o material em um único momento. Será que não podemos comprar esses materiais na medida em que a criança realmente precisará? Sabemos que as escolas elaboram um kit de material para utilizar durante todo o ano, mas, será que não se pode haver uma negociação para essa entrega?
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3 – Pague à vista
Se for possível, compre à vista. Dessa forma é mais fácil negociar descontos que podem fazer a diferença. Pergunte quanto custa e esboce pagar com o cartão de crédito, em seguida, pergunte quanto sairia o material se o pagamento fosse à vista. Sempre haverá uma redução nessa situação.
4 – Compra coletiva
Avalie a possibilidade de comprar com outros pais, ou seja, em conjunto. Se a compra for em um volume maior, a possibilidade de um desconto maior passa ser muito provável. Converse com os pais dos colegas de turma de seu filho. O WhatsApp é uma excelente ferramenta para essa combinação.
O professor ainda reforça a importância da participação da criança em todo esse processo.
— Tão importante quanto todas essas dicas é incluir seus filhos no planejamento financeiro da família. Ele precisa saber e participar dessa construção para que a educação financeira e senso de responsabilidade social já seja colocado em prática desde sua infância. Mostre a ele os valores comparativos entre as lojas. Uma boa maneira de fazê-lo entender essa proposta é repassar o saldo da economia em algo que ele possa ter benefício como: uma poupança em nome dele, um presente ou algo que demonstre que economizando há de se obter muito mais com menos.
5 – Fique atento ao que não pode ser solicitado
A Lei Federal n° 9.870/99 dispõe no art. 1º, § 7º que as escolas não podem solicitar pagamento adicional ou fornecimento de qualquer material escolar de uso coletivo dos estudantes ou da instituição, devendo os custos correspondentes ser sempre considerados nos cálculos do valor das anuidades ou das semestralidades escolares.
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O Diretor de Relações e Defesa do Consumidor de Santa Catarina, Tiago Silva, acrescenta que não é permitido que as escolas determinem marcas para os produtos descritos na lista de materiais. Ambas as situações devem ser comunicadas pelos pais ao Procon ou ao Ministério Público. Silva também ressalta a ilegalidade da solicitação de materiais extras em casos de alunos com necessidades especiais.