No mês em que instituições, clínicas, pontos turísticos, espaços de cultura e lazer do mundo inteiro abrem as portas para a cor rosa, que simboliza a luta pela prevenção do câncer de mama, cinco mulheres contam suas histórias de superação e mostram que existe, sim, vida após a doença.

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Andréia Machado, Cladis Bosco, Irma Felácio, Roseana Corsani e Nair Mello Farias são mulheres que encararam meses a fio de um tratamento rigoroso. Passaram por cima do medo e da vaidade e venceram o câncer de mama – luta que também será enfrentada por outras mais de 52 mil brasileiras diagnosticadas com a doença em 2012, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Este tipo de câncer é o segundo que mais mata mulheres no Brasil, por isso a necessidade de campanhas voltadas a prevenção e diagnóstico precoce.

A emoção de cada uma delas ao relembrar o período da doença dá indícios de que é impossível esquecer ou passar por esta experiência sem ficar com marcas que vão além das cicatrizes das cirurgias. Mas elas nunca perderam a esperança e a vontade de viver.

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Foram a fé inabalável, o apoio e o amor incondicional da família e dos amigos que, segundo elas, tornaram esse período menos doloroso e lhes deram coragem para lutar por suas vidas. Mesmo quando, em alguns casos, o câncer reapareceu e elas tiveram de juntar forças para recomeçar. Renovaram-se, reinventaram-se.

Com muita serenidade que dona Irma Felácio, 72 anos, relembra como enfrentou o câncer, não apenas uma, mas três vezes nos últimos 17 anos. E o câncer não foi a única dificuldade pela qual passou: perdeu um filho quando ele tinha um ano e ficou viúva por duas vezes. Mas todos esses acontecimentos não a tornaram uma pessoa amarga, muito menos triste. Ela preferiu olhar para a vida sem rancor.

– Em nenhum momento eu fiquei assustada, chorei ou pensei que ia morrer. Nunca!

Depois de tudo, ela garante que a vida ganhou mais valor. Procura aproveitar ao máximo todos os momentos ao lado da família e ser generosa com o próximo.

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– Temos que aproveitar o tempo que estamos aqui, viajar, fazer amizades. A vida é isso. Não sabemos o dia de amanhã.

A costureira Andréia Lúcia Machado, 39 anos, também tem uma história emocionante. Ela descobriu o tumor enquanto tomava banho. Mãe de dois filhos que foram amamentados até os dois anos e meio e sem caso de câncer na família ela precisou de uma mastectomia completa.

– O cirurgião insistiu tanto, que acabou me convencendo a fazer a reconstrução. Não me sentia mutilada. É só um peito. Mutilação é perder um braço, uma perna.

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Faz 16 anos que Cladis Bosco teve câncer de mama, mas as lembranças daqueles tempos difíceis ainda permanecem bem vivas em sua memória.

– Algumas pessoas nem falavam essa palavra em voz alta, usavam o termo ‘aquela doença’. Parecia que estava com os dias contados, ficava imaginando quanto tempo mais eu iria viver’ – , lembra.

Cladis recuperou-se, realizou o sonho de ver os dois filhos formados em engenharia, teve netos e hoje vive feliz ao lado da família. Para ela, o segredo da superação é o amor pela vida e a fé.

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Roseana Farias Corsani tinha 26 anos, estava casada havia quatro anos quando recebeu a notícia do câncer de mama. Naquele momento, ela passava a fazer parte de um grupo raro de mulheres que desenvolvem câncer de mama antes dos 35 anos.

Apesar do medo da doença e das complicações que ela traria, do medo de morrer, ela preferiu aceitar o que estava lhe acontecendo. Apegou-se à família, ao amor do marido e à fé inabalável. Quando todas as dificuldades pareciam superadas, a mãe de Roseana, dona Nair Mello Farias, descobriu um tumor no seio.

Mas ela não se intimidou com a doença. O maior exemplo de superação era a própria filha.

– Tudo mudou na minha vida. Os meus conceitos, as minhas prioridades são outras. A única coisa que eu quero é ser feliz e fazer quem está perto de mim feliz – diz Nair.

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Confira as histórias completas de Irma, Andréia, Cladis, Roseana e Nair e entrevistas com especialistas no blo “Anexo D no Outubro Rosa”