Entre hoje e amanhã, com um ato na Câmara e outro no Senado, o destino de Michel Temer pode ser estabelecido de vez. O parecer sobre a denúncia por corrupção passiva e a votação da reforma trabalhista são decisivos para um governo que corre o risco de chegar à sexta-feira abandonado por parcela significativa dos parlamentares e pelo mercado. O início de semana ainda reserva a saída ou permanência do PSDB do muro. Sem força para emplacar um relator da tropa de choque na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), o Planalto traça os cenários do parecer que Sergio Zveiter (PMDB-RJ) apresenta hoje. Receosos por um relatório pleno a favor da denúncia, governistas ficam satisfeitos com a saída “neutra”, sem entrar no mérito da acusação e discutir as provas de que a mala de R$ 500 mil da JBS ficaria com Temer. Zveiter iria pela admissibilidade, mas diria apenas que a denúncia cumpre os requisitos legais. Após, o Planalto topa ou tenta, no voto, emplacar na CCJ outra posição. De qualquer forma, a votação do parecer só ocorre a partir da quinta-feira, depois do round derradeiro da reforma trabalhista no Senado, onde a derrota aceleraria o movimento do mercado pró-Rodrigo Maia (DEM-RJ), contaminando CCJ e plenário da Câmara. Ontem, Temer recebeu o presidente da Câmara e também o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Conta com o empenho de ambos. Em cinco dias, ficará claro se o presidente tem apoio de quem lhe jura fidelidade ou se já é visto como página prestes a ser virada.
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PRAZO
Nova relatora no STF do inquérito que apura pagamento de propina a políticos na obra de extensão do trensurb, a ministra Rosa Weber concedeu mais 60 dias para que a investigação seja concluída. Na lista de depoimentos pendentes da Polícia Federal, constam os doleiros Tonico e Paulistinha.
VISITAS
Está marcado para a próxima segunda-feira o começo das visitas do Criança Feliz em mais de 70 municípios gaúchos. Lançado em outubro, o programa federal atende a gestantes e bebês de famílias beneficiárias do Bolsa Família.
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MERCADO
O PSDB caminha para apoiar Michel Temer na reforma trabalhista e para abandoná-lo na denúncia. De olho em 2018, os tucanos estão preocupados mesmo é com o mercado.
Colaborou Silvana Pires
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