TALENTO
Intimidade com a bola nem sempre é sinônimo de Copa: Zico, Cruyff e Platini nunca foram campeões. Ter craques, claro, ajuda: quando Pelé e Garrincha estavam juntos no time, a seleção brasileira nunca perdeu um jogo. Maradona garantiu a Copa de 86 usando a cabeça, os pés e até a mão (embora dissesse que era de Deus). E quando dois craques se enfrentam? Na Alemanha, em 1974, Beckenbauer respondeu à questão afirmando que “Johan (Cruyff) foi o melhor jogador, mas eu sou campeão do mundo”.
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TÁTICA
O futebol de ocupação de espaço e posse de bola da Espanha, inspirado no Barcelona, que por sua vez herdou muito da Holanda dos anos 70, garantiu a Copa de 2010 para a Fúria. Na Copa de 70, Zagallo colocou o ovo em pé quando definiu Tostão como um ponta de lança de mentirinha, abrindo espaço para Pelé e Jairzinho. Mas as invenções podem dar errado: Cláudio Coutinho e seus overlappings e pontos futuros só conquistou o galardão – autoconcedido e auto condescendente – de campeão moral na Copa de 78.
PÊNALTIS
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Na cobrança da penalidade máxima, apenas uma medida é imutável: 11 metros separam a marca do pênalti da linha do gol. O resto do universo se transforma: o goleiro tem braços de dois metros, a meta se contrai para o tamanho de uma caixa de fósforos. E tudo depende dos deuses do futebol. Em 1986, o Brasil caiu para a França, mas venceu a Copa de 94 batendo a Itália. Os italianos deram a volta por cima em 2006, ao derrotar nas penalidades máximas a França na final. Ou seja: pênaltis é um caminho imprevisível – evite!
TORCIDA
O grito da torcida garantiu o título para a Argentina em 1978, quando Holanda e Itália talvez merecessem mais. Em 1974, a Alemanha Ocidental venceu em casa, mas, em 2006, reunificada, ficou na arquibancada assistindo à final entre Itália e França. A mesma Itália que, quando sediou a Copa em 1990, viu Alemanha e Argentina decidirem o título. Em 1950, mais de 200 mil brasileiros não impediram Obdulio de erguer a taça Jules Rimet no Maracanã. Como será em 2014? Temos ao menos de chegar à final no Maracanã…
SORTE
Quartas de 1986, Brasil e França decidem no pênalti. O francês Bellone cobra o pênalti, a bola bate no poste, rebate no rosto de Carlos e entra. Azar do Brasil? Em 1990, a Argentina levou três bolas na trave do Brasil, mas bastou um passe de Maradona, lesionado, para Caniggia, e o jogo acabou. Rensenbrink acertou o poste de Fillol no último minuto da final Holanda e Argentina, em 1978. Isso, sim é azar. Talvez por isso, a Laranja seja tri vice-campeã do Mundo e campeã absoluta quando se fala em azar no futebol.