Com a decisão dos Correios de fechar 161 agências em todo o país, Santa Catarina terá cinco delas desativadas em três cidades. Florianópolis e Joinville perderão duas unidades cada, e Criciúma uma.
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Segundo a direção da empresa estatal, o atendimento será absorvido por unidades próximas, sem prejuízo nos serviços prestados. Ao todo, o Estado tem hoje 500 postos do serviço postal, sendo 288 próprias e 212 terceirizadas.
A previsão é encerrar os atendimentos até o dia 5 de julho, e pelo menos, por enquanto, não há possibilidade de que a lista de encerramento de atividades aumente. Também não há previsão de alterações nos trabalhos oferecidos pelas Agências Comunitárias dos Correios (AGCs), existentes nos municípios menores.
Segundo a comunicação da empresa postal, o fechamento das agências visa “assegurar maior produtividade e garantir unidades rentáveis”, mas sem que seja comprometida a oferta dos serviços. No ano passado, 41 unidades foram encerradas após readequação da rede, já que a estatal tem realizado estudos sobre o atendimento físico. Também há investimentos nos canais digitais e autosserviços, em busca de melhoria na eficiência na cobertura de mercado e na racionalização de custos, justifica a empresa.
Os funcionários que atuam nesses locais serão transferidos para outras agências, ou poderão optar pelo reenquadramento de atividades, segundo os Correios. As unidades que serão desativadas estão em imóveis alugados, o que também aumenta o custo de operação. De 2016 a 2017, a empresa realizou um plano de fusão, e na época outras quatro agências passaram por readequação em Santa Catarina, duas em Florianópolis, uma em Joinville e outra em São José.
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Encerramentos não têm ligação com estudos sobre privatização, diz Correios
No final de abril, o governo federal liberou estudos sobre a possibilidade de privatizar os Correios. O assunto voltou à tona após a redução do número de agências, mas a empresa diz que os dois assuntos não estão relacionados. O encerramento das atividades é uma “ação estratégica, já que os Correios passam por um processo de reestruturação voltado para o fortalecimento da governança e da gestão”, informou a comunicação da estatal.
Impactos no trabalhador
As mudanças anunciadas trarão impactos aos usuários do serviços, mas também para os servidores. O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintect SC) Robson Paladini Ramos afirma que os trabalhadores do atendimento terão a opção de exercer função externa, como de carteiro, pedir transferência para outros Estados ou optar pelo programa de demissão voluntária.
Para Ramos, o fechamento de agências refletirá na qualidade dos serviços e faz parte de um plano de privatização.
— O objetivo é justificar a entrega para a iniciativa privada — analisa.
Avaliação dos usuários
Pelo menos uma vez por mês, o representante comercial João Ferraz Stiefelmann vai até uma agência dos Correios retirar mercadoria comprada pela internet. Morador do bairro Bom Abrigo, na região continental de Florianópolis, ele conta que costuma utilizar tanto a unidade do bairro Capoeiras quanto a do Centro da Capital. Em 10 anos, desde que começou a fazer compras online, a percepção que tem sobre a qualidade do atendimento costuma variar.
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— Atualmente está muito bom. Ano passado, comprei no mês de Natal, em que a demanda costuma ser maior, e chegou muito rápido — lembra.
João conta que os problemas que teve com o serviço foram em relação a dificuldade de entrega e ao extravio de mercadorias sem código de rastreio. O representante comercial afirma que já houve vezes em que passou o dia todo em casa para receber alguma encomenda, mas que o pacote não foi entregue sob a justificativa de que o destinatário não foi localizado. Por essas razões, ele mesmo prefere ir até às agências retirar as mercadorias.
Diferente de João, a estudante Myllena Vitória Aguiar da Rosa afirma que nunca teve problemas em relação a extravios ou falta de entrega da mercadoria. Recentemente, ela passou a utilizar o serviço dos Correios para enviar mercadorias via Sedex. Moradora do bairro Trindade, na Capital, ela utiliza as duas agências dos Correios na região.
— Por enquanto não recebi nenhuma reclamação dos clientes — diz.
Alternativas indicadas aos pontos que serão fechados:
