Até alguns anos, ouvir falar em fratura de coluna era um trauma tanto para o paciente como para a família. O receio de sequelas irreversíveis era o primeiro pensamento por ocasião do diagnóstico. Mas a medicina evoluiu muito e problemas deste tipo hoje são tratados de forma simples, tão simples que chegam a lembrar um tratamento dentário. O stent, por exemplo, usado há anos para a correção de anomalias do coração, recebeu adequações e hoje ganha espaço também na ortopedia, o que garante reconstrução das vértebras lesionadas de forma simples e definitiva. No mesmo dia do procedimento, o paciente já pode voltar para casa.

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A nova técnica, conhecida como Cimentoplastia Vertebral com Stent, já é uma solução definitiva para corrigir fraturas na coluna provenientes de doenças como osteoporose e metástases de tumores e vem chamando a atenção de especialistas de todo o país, além de pacientes que sofrem com o problema. Trazida para o Brasil por meio do ortopedista José Carlos Barbi Gonçalves, o método consiste na implantação de um stent – prótese expansível feita a base de titanium – de forma minimamente invasiva e percutânea, que funciona como um elevador e estabilizador do corpo vertebral.

O procedimento é bem simples e necessita de uma pequena incisão de aproximadamente meio centímetro, onde será introduzido o stent bilateral dentro do corpo vertebral. Em seguida, o sistema de insuflação é acionado e os balões são inflados para expansão do stent até que a altura do corpo vertebral seja restaurada. Depois de implantado, o especialista preenche o stent com cimento ósseo, material que se integra ao osso e corrige a fratura ou outras deformidades. Segundo Barbi, a cirurgia é realizada em aproximadamente uma hora e o paciente vai para casa sem nenhum sinal de dor.

– A Cimentoplastia Vertebral é um tratamento definitivo e o paciente volta a ter vida normal ou até melhor. Há, entre os benefícios da técnica, uma melhora significativa dos movimentos – afirma.

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O especialista, pioneiro em usar o novo método no Brasil, conta que descobriu a técnica em 2009, quando participou de um congresso em São Francisco, na Califórnia (EUA).

– Como eu já fazia muitas vertebroplastias acabei por me interessar pelo assunto. Conversei com o médico responsável e decidi fazer o treinamento a fim de começar a aplicar a técnica também nos pacientes do Brasil – esclarece o cirurgião.