O cigarro, que já foi considerado ingrediente de elegância, é um inimigo de quem quer melhorar a aparência física. Cirurgiões plásticos pedem a pacientes que se abstenham do cigarro antes de operá-los, uma vez que a nicotina prejudica a vascularização da pele e compromete o processo de cicatrização. Por haver risco de gangrenas, necroses e até rompimentos de suturas, médicos americanos estão deixando de realizar plásticas em pacientes que fumam mais de um maço por dia.

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– É importante conscientizarmos as pessoas de que os malefícios causados pelo cigarro afetam não só o organismo, mas também vários aspectos da vida dos fumantes. Afinal, em uma sociedade na qual a estética e o bem-estar são tão valorizados, uma das principais vítimas do tabagismo é justamente a aparência – afirma o cirurgião plástico Luis Henrique Ishida, diretor da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Ele explica, por exemplo, que a vascularização da pele naturalmente diminui em operações nas quais o tecido é reposicionado. Se o paciente estiver fragilizado e sem a mesma flexibilidade, há riscos de ocorrer sérios danos pós-operatórios, como necroses ou gangrenas. Em alguns casos, a sutura pode romper criando cicatrizes inesperadas e grosseiras.

– A nicotina reduz o diâmetro dos pequenos vasos e dificulta a distribuição de oxigênio e nutrientes às células por meio da corrente sanguínea. Com isso, a pele perde vitalidade e envelhece precocemente. O cigarro também prejudica a recuperação do paciente, ao impedir a oxigenação do fluxo sanguíneo e retardar o processo de cicatrização dos tecidos. Além disso, deixa o indivíduo ainda mais suscetível a problemas relacionados à anestesia, como trombose e embolias, já que reduz significativamente o desempenho do sistema respiratório – conta o médico.

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