Apesar de se preocuparem com um problema global, os 28 delegados da Organização da Nação Unidas (Onu), reunidos em Joinville para estudar a camada de ozônio, voltaram os olhos para a Baía da Babitonga durante toda a quarta-feira. Rica em biodiversidade, a região vem sendo pesquisada exaustivamente em trabalhos que envolvem a Universidade da Região de Joinville (Univille) e a Universidade de Erlangen, na Alemanha.

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O principal foco das pesquisas está na superfície da água do mar e não pode ser visto. Trata-se do fitôplancton, uma camada formada por algas produtoras de oxigênio que servem de alimento para peixes e outros animais marinhos. Estas microalgas, invisíveis a olho nú, apresentam uma dinâmica que permite a obtenção de dados relativos à incidência de raios solares e à camada de ozônio.

Segundo o professor da Universidade de Erlagen, Donat-Peter Häder, ainda não existem dados precisos sobre o estudo, iniciado há cerca de seis anos. O trabalho exige comparações a longo prazo para fornecer conclusões seguras.

– Já verificamos mudanças de população geradas pelas alterações na temperatura. A distribuição também se altera constantemente – destaca.

Um dos problemas que pode ser ocasionado por essa alteração no ecossistema marinho é o fenômeno conhecido como maré vermelha. De acordo com Häder, as altas temperaturas aquáticas, afetadas pela maior incidência de raios solares, podem ser responsáveis pela alteração. Algas tóxicas de coloração vermelha surgem no mar, matando peixes, moluscos e outras espécies.

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O pesquisador vem pelo menos duas vezes por ano ao Brasil e tem um panorama sobre os principais problemas da Baía da Babitonga: a variação solar e a poluição. A primeira pode estar diretamente relacionada à camada de ozônio. Já a segunda representa a junção de uma série de fatores.

– Todos esses índices apresentam variabilidade. O importante é monitorá-los durante muitos anos – explica.