Falta de base política sólida, afastamento do bolsonarismo e a pandemia. O doutor em ciência política Tiago Daher Padovezi aponta estes três fatores como preponderantes para o avanço do processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés da Silva e a vice governadora Daniela Reinehr. O professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) concedeu entrevista ao Direto da Redação desta terça-feira (22).
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— A ideia da nova política é a não construção de uma base sólida, com acordos com partidos, locação de secretarias. Isso torna o trabalho do governador mais custoso e incerto, fragiliza o processo. Outro ponto é a ruptura com os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, os mais fiéis. A própria base do partido dele votou a favor do impeachment. O terceiro fator é a pandemia, que fragilizou os governos estaduais — avalia o professor.
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Um inédito tribunal misto será formado nesta quarta-feira (23) para analisar o impeachment. A comissão será composta por cinco deputados eleitos na Assembleia Legislativa de Santa Catarina e cinco desembargadores sorteados no Tribunal de Justiça. O comando será do desembargador Ricardo Roesler, presidente do TJ-SC, que vota apenas em caso de empate.
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— Olhando o contexto da Alesc, vejo como muito provável o afastamento. Pela votação da abertura do processo, a fragilidade do governador, é bem possível. Mas os desembargadores têm um peso grande. É uma outra instância, outra dinâmica. Olhando para a Alesc não vejo como improvável o afastamento — avalia Padovezi.
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Doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP), Tiago Daher Padovezi leciona a matéria na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O professor é coordenador do Núcleo de Estudos em Comportamento e Instituições Políticas da UFSC.
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