“A mitologia grega é rica em narrativas sobre a condição humana e suas (im)perfeições. Entre as disputas cotidianas, no enredo clássico da profetisa Cassandra, desde que não atendeu aos desejos poderosos de Apolo, caiu em descrédito e foi considerada louca nas suas previsões e catástrofes. Eis que em 2014 nossa governanta do Planalto Central, em campanha (re)eleitoral antecipada, acaba de editar uma vez mais o realismo fantástico e no ataque incontido contra os adversários visíveis, os intitula de “pessimistas”, “alarmistas”, “profetas do caos”, “semeadores da discórdia” e fatidicamente como perdedores contumazes.
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Na realidade que lança dados contrários aos desejos e profecias da nossa lamuriosa presidente da republiqueta, uma horda de alucinadas Cassandras entoa o coro de falsas promessas e juras eternas que estamos em condição melhor “hoje do que ontem”. Porém, no sobrevoo da realidade dos dados econômicos, sociais e políticos, descobrimos que nossa condição de falsear e omitir dados é golpeada sistematicamente, colocando em evidência aquela maldição de Apolo – o descrédito e a desconfiança de todos.
Diante da condição existencial de governantes prestidigitadores, nossa republiqueta segue corrompida, pauperizada, degradada, conduzida pela “canalha política” que insiste em apresentar fantasias midiáticas diante de uma realidade sofrível. No esgotado ciclo lulo-petista-dilmista, imploremos aos deuses (todos ecumenicamente reunidos) para que lancem alguma luz para iluminar o horizonte das sombrias alianças políticas que estão desenhadas para o pleito de 2014. E que se faça um estadista, porque não aguentamos governos de “postes sem luz”.“