Representantes do setor agropecuário catarinense estão se mobilizando contra a proposta da Cidasc de fechar a Central de Inseminação Artificial, localizada em Indaial. No local, também conhecido como Posto Agropecuário de Indaial, são desenvolvidos treinamentos de inseminação artificial em bovinos, coletadas e vendidas doses de sêmen para produtores do Estado.

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O presidente da Cidasc, Enori Barbieri, explica que a área utilizada pela central pertence ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e que a concessão venceu há três anos.

Desde lá, o ministério teria solicitado a reintegração de posse. Barbieri aguarda o retorno do governador Raimundo Colombo da viagem para a China e o Japão para apresentar os relatórios finais sobre a unidade. A indicação do documento é para que a central seja fechada ainda este ano e devolvida para o Mapa.

– O trabalho desenvolvido naquele local começou a ser oferecido quando a inseminação artificial não exista em SC. Agora, estamos concorrendo com a iniciativa privada. Não é função da Cidasc fazer pesquisa, segundo uma lei aprovada no ano passado, e sim focarmos na defesa sanitária – explica Barbieri.

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De acordo com o presidente da Cidasc, há pelo menos oito empresas no Estado que oferecem inseminação artificial. Mas a preocupação dos presidentes do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC, Moacir Tonet, e do presidente da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária, Paulo Roberto Costa Garcia Leite, é de que os preços praticados pela Cidasc e pela iniciativa privada são muito diferentes.

Enquanto a Central de Inseminação de Indaial cobra R$ 3,50 a dose do sêmen, nas empresas privadas a mesma dose sai, em média, por R$ 27. Este é o preço nos municípios em que as prefeituras disponibilizam técnicos em inseminação, mas o custo passa para R$ 80, em média, quando o produtor deve pagar pelo serviço completo, de acordo com Leite.

– Como SC é livre da febre aftosa sem vacinação, o produtor não pode importar matrizes de fora do Estado. Assim, as alternativas são o transplante de embrião ou a inseminação artificial. Para o pequeno produtor, qualquer gasto extra pode significar problema para ele seguir com a atividade – considera Leite, que afirma estar denunciando o fechamento da central para deputados e senadores catarinenses.

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Além do preço maior para o produtor, preocupa aos representantes do setor de Medicina Veterinária a perda de um local para o treinamento e a reciclagem de inseminadores. Segundo Leite, a central de Indaial sempre está lotada, e não existiriam outras opções como aquela no Estado. Barbieri afirma que há opções mais baratas do que a oferecida pela Cidasc, e que a formação seria continuada no local.

– A Furb (Universidade Regional de Blumenau) solicitou para o ministério que aquela estrutura seja utilizada como um campi para os cursos de Medicina Veterinária e Agronomia. Então o que foi feito lá não seria jogado fora, mas transformado em uma atividade de ensino com muito mais competência do que a que temos agora, com equipamentos desatualizados – opina Barbieri.