Cinqüenta quilômetros de destruição separam as cidades de Alta Floresta e Paranaíta, no extremo norte de Mato Grosso. Às margens da rodovia MT-206, predominam as pastagens, o gado e os restos queimados do que um dia já foi a floresta. Os dois municípios estão entre os 36 mais devastados da Amazônia.

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Segundo reportagem publicada na edição desta segunda-feira do jornal Folha de S.Paulo, não é apenas a ausência do Estado que facilita o desmatamento. A destruição também avança com o apoio do dinheiro estatal: pelo menos, três grandes fazendas exibem placas de financiamento do Banco do Brasil, por meio do Fundo Constitucional do Centro-Oeste.

Uma medida provisória de 2001 obriga as propriedades a preservar 80% de sua reserva legal – antes dessa data, a obrigação era de 50%. Em 2006, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso contou mais de 1 milhão de cabeças de gado em 4,6 mil propriedades rurais dos dois municípios. Mas a pecuária não é a única atividade a avançar sobre a mata. A exploração madeireira, mesmo em decadência, continua a abrir novas frentes de exploração.

Madeireiros dos dois municípios defenderam o segmento, que consideram “injustiçado”. Segundo eles, não há derrubada, “e sim corte seletivo”.

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