Na última semana foi realizado em São Paulo o maior evento de transformação digital do Brasil e da América Latina: o Futurecom. Um dos assuntos da feira foram as smart cities, que tem total ligação com Florianópolis, já que a Ilha de Santa Catarina é um dos polos de tecnologia no país.
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Entre os mais diversos temas abordados no Futurecom, as novas tecnologias, inovações, produtos de tecnologias e telecomunicações formam o futuro próximo e distante para melhorar a qualidade de vida da população. Para a evolução das cidades é necessário uma conexão entre diversos meios, como comenta o associado do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), professor Paulo Miyagi, doutor em Engenharia de Controles pela Tokyo Institute of Technology.
— Muito se discute que, principalmente na segurança, algumas tecnologias não seriam necessárias caso a população tivesse uma melhor educação. É melhor reforçar a segurança para diminuir os crimes, ou reforçar a educação para que diminua o número de bandidos? A conexão não é só na tecnologia, ela também se faz com a educação da população.
Mas o que é uma cidade inteligente?
Existem duas maneiras de uma cidade ser inteligente. A primeira é reavaliar os processos que a rodeiam para identificar quais as melhorias podem ser realizadas com base em suas necessidades. A segunda é pré-planejar uma cidade antes mesmo de sua expansão. Tecnologias e ações sustentáveis estão presentes nos dois modos.
A base de uma smart city é: tecnologia, meio ambiente, arquitetura e inclusão social. Entre os quesitos que qualificam os níveis de inteligência das Smart Cities estão: planejamento urbano, mobilidade urbana, meio ambiente, tecnologia, economia, coerência na sociedade e governabilidade.
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Uma das tendências de crescimento das cidades é a migração da população do campo para as cidades. Mais gente nas cidades demanda mais recursos e, principalmente, mais infraestrutura. Uma das alternativas que tende a estar cada vez mais presente são as energias sustentáveis, como comenta o engenheiro elétrico, Cyro Boccuzzi.
— As energias sustentáveis são de extrema importância para a manutenção de uma smart city. Cada vez mais as pessoas serão detentoras de energia, ficando cada vez menos dependentes de concessões públicas. Podendo até vender sua energia.
Na era da informação, internet e novas tecnologias, os dados pessoais acabam compartilhados muitas vezes sem o consentimento do usuário. A questão ética, que cada vez mais assombra quem está conectado, é um dos pontos a ser abordado na busca de uma cidade inteligente.
— Podemos estar alimentando os dados para melhorar nosso bem estar, mas acabar ficando reféns destes dados. As cidades inteligentes prometem o mundo maravilhoso, mas não ouvimos falar da parte ética que pode prejudicar a sociedade. A “inteligência artificial” não é inteligente, ela pode ser falha — afirma o doutor em computação, Edson Prestes.
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