As prefeituras das cidades do Rio Grande do Sul, atingidas pelas enchentes históricas do último mês, planejam formas de reconstrução para prevenir que outras catástrofes atinjam novamente os municípios. As soluções envolvem mudar a região central de local e deslocar fatias de bairros suscetíveis às inundações. As informações são da GZH.
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Roca Sales
Roca Sales está entre as cidades mais devastadas pelas chuvas e tem um dos projetos mais ambiciosos para tentar evitar outra tragédia. Segundo a prefeitura, a intenção é mudar toda zona central de lugar e deixar para trás ruas e prédios engolidos pela água.
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Conforme um levantamento feito por um grupo de cientistas do Rio Grande do Sul, com base em imagens de satélite, quase 60% da área urbana da cidade havia sido inundada até 6 de maio. O caso comprometeu cerca de 3,6 mil estruturas dos mais diferentes tipos. A prefeitura ainda registrou cerca de 200 pontos de deslizamento de terra.
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Para tirar a cidade da rota da enxurrada, o prefeito de Roca Sales, Amilton Fontana, conta com duas áreas, de 70 hectares e de 150 hectares, para transferir o centro da cidade e o parque empresarial, respectivamente. O primeiro plano é deixar a prefeitura responsável por liberar os terrenos e promover desapropriações onde necessário.
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Além disso, o município deve contar com parcerias com Estado e governo federal para providenciar infraestrutura viária, de saneamento e iluminação. Empresários e moradores teriam de viabilizar a construção de novas instalações.
O prefeito não sabe qual será o destino da antiga cidade, mas afirma que o local não voltaria a receber moradores ou comércio.
— Poderíamos criar uma área de lazer ou um parque, algo que pudesse ser eventualmente inundado — considera o prefeito.
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Uma estimativa preliminar indica que pelo menos 40% da população teria de mudar de endereço.
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Muçum
Em Muçum, outro município do Rio Grande do Sul, o prefeito Matheus Trojan disse que 200 famílias já estavam em processo de transferência desde as enchentes de 2023. Após as chuvas recentes, o prefeito conta que 40% da população do bairro Fátima e em torno de 60% do São José terá de ser remanejada.
— Não vamos reconstruir tudo em outro lugar, mas boa parte da cidade consolidada terá de ser, sim, gradativamente realocada — fala o prefeito.
Ele também garante que o processo não será rápido, fácil e que envolve uma série de questões. A estimativa para que o projeto aconteça é de R$ 30 milhões.
Eldorado do Sul
A área urbana de Eldorado do Sul foi praticamente toda tomada por enchentes. O prefeito Ernani Gonçalves diz que não será possível transferir toda a cidade para escapar do Jacuí e do Guaíba. Segundo ele, que viu a própria casa submergir, será preciso erguer barreiras e abrir canais para conter os mananciais do lado de fora ou escoar a água de dentro.
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— Não faço nem ideia. Não temos como avaliar ainda. No Centro, perdemos todas as escolas, todos os postos de saúde. Precisaremos reconstruir a cidade — fala o prefeito sobre os custos estimados para recuperar a cidade.
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