A segunda-feira foi de muita vistoria para as equipes de Defesa Civil das cidades do Litoral Norte de Santa Catarina. Depois de volumes de chuva que chegaram a ultrapassar os 200 milímetros em muitos municípios da região, foi preciso contabilizar os prejuízos e iniciar os trabalhos de recuperação. Para os moradores, balde e vassoura ao longo de todo o dia, para a limpeza das casas que foram tomadas pela água. Para as prefeituras, desobstruir ruas e tentar recuperar tubulações que romperam com o volume de chuva.
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Navegantes – ao longo do fim de semana, 236 milímetros de chuva caíram na cidade. Pelo menos 200 ruas tiveram alagamentos, com cerca de 40 centímetros de água, e outras 20 foram inundadas, com aproximadamente um metro de água dentro das casas. A prefeitura estima 2,5 mil famílias afetadas. Dois abrigos ficaram em prontidão, mas não receberam ninguém. Os bairros mais prejudicados foram Gravatá, Meia Praia, Machado e Escalvados. Neste último uma unidade de saúde foi atingida e não abriu na manhã desta segunda-feira. A Defesa Civil acredita que serão necessários mais três dias para drenar toda a água, pois ainda há ruas alagadas. São cerca de 90 pessoas envolvidas na força-tarefa para a recuperação da cidade. O município irá decretar situação de emergência, segundo o secretário de Segurança e Defesa Social, Johnny Coelho.
Penha – a cidade contabilizou 244 milímetros de chuva entre às 7h do dia 15 até as 7h desta segunda-feira. Somente no domingo a precipitação chegou a 172 mm. A Defesa Civil precisou abrir dois abrigos e um deles recebeu duas famílias, que já deixaram o local. Ao todo, 72 ruas ficaram alagadas e 50 famílias precisaram deixar as casas. Donativos, como alimentos não perecíveis e produtos de limpeza, estão sendo recolhidos na Escola Profissional Zilda Lucky da Silveira, na Rua José João Batista, no Centro. O local serve de abrigo e segue de prontidão caso seja necessário atendimento à comunidade. A Secretaria de Saúde também foi afetada e não funcionou na manhã desta segunda-feira. Segundo a assessoria de comunicação, o problema foi resolvido e o serviço restabelecido. Unidades de ensino e postos de saúde funcionam normalmente.
Camboriú – os 178 milímetros de chuva registrados na cidade deixaram 50 ruas alagadas. Segundo a Secretaria de Proteção e Defesa Civil, em 24h foram registrados 15 deslizamentos e três quedas de árvores. Equipes de resgate precisaram socorrer pessoas ilhadas em dois pontos do município. Em virtude da chuva forte, as aulas em todas as escolas e creches municipais foram suspensas nesta segunda-feira. Para terça, o atendimento voltará ao normal. Cerca de 300 famílias foram atingidas e um abrigo precisou ser aberto, onde ainda estão duas famílias. O Distrito Monte Alegre foi o mais atingido. A prefeitura afirma ter investido até o momento R$ 200 mil na recuperação da cidade, com maquinários e pessoal. A administração não vai decretar situação de emergência por entender ser viável resolver a situação internamente. Mais duas semanas serão necessárias para recuperar totalmente a cidade, pois tubulações, pavimentações e calçadas estão danificadas. A Estrada Geral Braço, que liga Camboriú a Brusque, por exemplo, tem três pontos de interdição.
Porto Belo – a situação mais grave na cidade, onde choveu 206 milímetros, é no bairro Araçá. A Rua Pedro Jacinto Dias, única via de acesso ao bairro, teve um deslizamento. O problema no local é recorrente de um temporal no dia 29 de janeiro. Na oportunidade, foi proibida a passagem de veículos pesados. Com a situação agravada neste fim de semana, a prefeitura decretou situação de emergência pontual. O objetivo é sensibilizar o governo do Estado para que libere recursos necessários à obra de contenção. Na manhã desta segunda-feira não houve aulas na rede municipal, enquanto a administração avaliava os prejuízos nos bairros mais afetados: Perequê, Centro, Vila Nova, Alto Perequê. Um abrigo chegou a ser aberto, mas nenhuma família foi recebida.
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Balneário Camboriú – a forte chuva de domingo, que chegou a 152 milímetros, causou alagamentos em cerca de 20 ruas, como Síria, Israel e em alguns pontos da Avenida Martin Luther, todas no bairro das Nações. Também houve estrago na Praia Central, onde a força da água abriu valetas na faixa de areia. O Centro Educacional Municipal Nova Esperança teve as aulas suspensas nesta segunda-feira, pois o refeitório da unidade foi danificado. Nesta terça, o atendimento volta ao normal. A situação na cidade não é considerada grave pela prefeitura.