Considerada a cidade mais fria do Brasil, a pequena Urupema, de 2,5 mil habitantes e localizada a 50 quilômetros de Lages, na Serra Catarinense, sedia neste fim de semana mais uma edição de um evento que não para de crescer e atrai cada vez mais adeptos do birdwatching, o turismo de observação de aves.

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O Festival do Papagaio-Charão chega à sua terceira edição com palestras, aulas de educação ambiental para crianças e as tão esperadas saídas a campo para avistar e fotografar o simpático bichinho. Paralelamente ocorrerá também o 1º Festival do Papagaio-de-peito-roxo.

As atividades começam às 9h30min deste sábado, no Centro de Eventos de Urupema, e se estenderão até as 17h de domingo. Vinhos, produtos coloniais e artesanatos da região estarão à venda no local. As inscrições são gratuitas, e qualquer pessoa pode participar. A expectativa da organização é de que todos os cerca de 160 leitos da rede hoteleira de Urupema estejam ocupados por turistas de várias partes do país.

O Papagaio-Charão

Nativo dos campos da Serra Gaúcha, o Papagaio-Charão vive em casais no Rio Grande do Sul. A partir de meados de março, quando o pinhão começa a ficar maduro, ele migra para a Serra Catarinense para comer.

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Quando estão reunidos, chegam a voar em bandos de até três mil exemplares. Todos os dias, ao amanhecer, as aves vão para a região de Urupema e Urubici para comer pinhão nas araucárias e, ao entardecer, voltam para a região de Painel e Bocaina do Sul para dormir.

O biólogo Ari Fernando Raddatz, um dos organizadores do evento deste fim de semana e proprietário de uma pousada em Urupema que já se tornou referência nacional em observação de aves, explica que atualmente existem cerca de 25 mil exemplares do Charão vivendo entre as serras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O Peito-roxo corre risco de extinção. Foto: Dario Lins, Divulgação

O Papagaio-de-peito-roxo vive na faixa de mata atlântica entre o Rio Grande do Sul e a Bahia. Porém, existe em quantidade bem menor que o Charão e está seriamente ameaçado de extinção.

Atualmente, estima-se em apenas três mil exemplares, motivo pelo qual a espécie é alvo de estudos de especialistas e palestras de conscientização nas comunidades onde está presente, uma vez que é comum ser capturado por moradores para ficar trancado em gaiolas.

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Em Santa Catarina, o peito-roxo está mais presente nos municípios de Bom Retiro, Painel, Rio Rufino e Urubici, onde faz seus ninhos nas encostas de morros. E assim como o “primo” charão, nessa época do ano o peito-roxo migra para Urupema a fim de comer pinhão.