De agosto de 2023 até julho deste ano, a estação meteorológica de Urussanga, no Sul de Santa Catarina, registrou 2.740 milímetros de chuva. Esse foi o maior volume de precipitação registrado no período de 12 meses desde 1923.

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Segundo o climatologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Márcio Sônego, a média histórica é de 1.635 milímetros para o período.

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— Não é a primeira vez que chove tanto, mas nesse volume é a primeira vez que aconteceu. Tivemos chuvas em excesso, por exemplo, em 2015, que também foi o ano de El Niño. Normalmente, o El Niño nos dá esse tipo de coisa em períodos muito chuvosos — explica o climatologista da Epagri.

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Impactos

Além de alagamentos constantes, o alto volume de chuva gera impactos econômicos. Na agricultura, a Epagri reportou perdas na produção de maracujá, cuja queda foi de 35% em relação ao ano anterior. No arroz, a queda varia de 10% a 15%, por conta da falta de luminosidade, apesar do alto volume de água.

— Lavouras de feijão se perderam totalmente. Feijão da safrinha, que colhe em maio, em função das chuvas em excesso, pouco se colheu. A própria produção da mandioca também teve lavouras que ficaram submersas. Daí perdeu boa parte da safra também — acrescenta Sônego.

Expectativas

Até maio, a região sentia os efeitos do El Nino. A partir de setembro, é o La Ninã que marca presença, deixando as águas do Oceano Pacifico mais frias. Com isso, a expectativa é para um segundo semestre mais seco e com temperaturas mais amenas.

— A perspectiva é boa para o segundo semestre, para a agricultura, inclusive. Até podemos ter alguma estiagem em setembro e em novembro, mas o pessoal usa irrigação. Os agricultores têm como lema que com o La Ninã eles conseguem melhores safras que com o El Niño. O arroz, principalmente, porque requer bastante sol e é a principal cultura aqui da região — conclui Sônego.

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