Vários protestos violentos foram registrados em diversos pontos da cidade francesa de Estrasburgo contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ao todo, 28 pessoas foram detidas.
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Os incidentes mais violentos aconteceram na ponte de Vauban, perto da ponte da Europa que liga Estrasburgo com a cidade alemã de Kehl. Os manifestantes jogaram pedras e gás lacrimogêneo contra o cordão policial que impedia sua passagem.
Mais perto do centro da cidade e na localidade de Schiltigheim também houve incidentes entre manifestantes antiglobalização e as forças de segurança. Na Avenida da Paz, a menos de um quilômetro do lugar onde acontece a Cúpula da Otan, um grupo de militantes bloqueou as vias do bonde.
Na abertura dos debates do Conselho Atlântico neste sábado, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, elogiaram a nova estratégia do presidente americano, Barack Obama, para o Afeganistão. Após as palavras de boas-vindas do secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, discursaram o presidente francês e a chanceler alemã, como anfitriões desta cúpula de 60º aniversário da organização.
– Queria dizer ao presidente Obama o muito que estimo seu novo enfoque sobre o Afeganistão. Não temos direito de perder, ali está em jogo uma parte da liberdade do mundo – disse o chefe de Estado francês.
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Sarkozy defendeu a “afeganização” da missão naquele país, ou seja, a transferência gradativa da responsabilidade às autoridades civis e militares afegãs, princípio que inspira também o novo enfoque americano.
Merkel expressou seu “reconhecimento” pela nova estratégia americana. O Afeganistão, disse a chanceler alemã, “é a prova da verdade” para a Aliança. Merkel destacou a necessidade de continuarem atentos para que “nenhum terrorista possa viver ali” e confirmou que a Alemanha contribuirá para o esforço internacional, mas será preciso “fazer um balanço honesto” dos avanços. O presidente francês manifestou que a Europa está “orgulhosa de trabalhar com o presidente Obama”, que “compreendeu que a Europa da defesa não se contrapõe à Otan, mas é um complemento”. Sarkozy afirmou também que a Otan é uma organização “a serviço da paz, não da guerra”, e que o fato de França e Alemanha sediarem juntas a cúpula “mostra a vontade de paz” na qual se baseia a Aliança.
– Para franceses e alemães, a amizade não é uma escolha, mas uma obrigação. Houve no passado milhões de mortos entre nós. Somos da família. Temos nossas convicções, mas queremos dizer a todos que podem contar com a França – disse, comunicando a todos os membros do Conselho Atlântico a decisão da França de “ocupar todo seu lugar” na organização, com o retorno à estrutura militar.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jaap de Hoop Scheffer, mostrou-se hoje “convencido” de que, “apesar das dificuldades”, com “perseverança”, a aliança poderá “ajudar os afegãos para que seu país entre em uma nova era”.
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