O ministro da Educação, Cid Gomes, pediu demissão do cargo à presidente Dilma Rousseff. O político teria antecipado sua saída, pedida pelo PMDB, após uma discussão na Câmara dos Deputados, segundo a Folha de São Paulo.

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Pouco antes, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou em plenário que Cid havia sido demitido. Na tarde desta quarta-feira, o PMDB informou que sairia da base aliada caso o ministro não deixasse o cargo.

Cid foi à Câmara dos Deputados para dar explicações sobre a declaração de que “haveria entre 300 e 400 deputados ?achacadores?” na Casa. O governo esperava que ele pedisse desculpas e tentasse recompor as relações.

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Ao invés disso, Cid afirmou que preferia “ser acusado de mal educado a ser acusado de ?achacador?” como Eduardo Cunha. Ele também informou que quem é da base aliada tem de votar com o governo.

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– Ou larguem o osso. Saiam do governo – disse Cid.

Depois das novas declarações, o PMDB exigiu a saída do ministro ainda na tarde desta quarta-feira. A pressão deu resultado: o Planalto confirmou o pedido de demissão do ministro, aceito pela presidente.

“O ministro da Educação, Cid Gomes, entregou nesta quarta-feira, 18 de março, seu pedido de demissão à presidenta Dilma Rousseff. Ela agradeceu a dedicação dele à frente da pasta”, diz a nota divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência.

Ainda não há mais detalhes sobre a substituição de Gomes na pasta.

Deputados entrarão com ações judiciais contra Cid

A participação do ministro da Educação, Cid Gomes, na comissão geral da Câmara dos Deputados foi encerrada repentinamente com um bate-boca entre o ministro e o deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ). Ao ser chamado de “palhaço” pelo parlamentar e ter o microfone cortado pelo presidente da Casa, Cid deixou o plenário e a sessão foi encerrada.

Segundo o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), Cid seguiu direto para reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Após uma sequência de discursos pedindo sua saída do cargo, Cid teve 10 minutos de direito de resposta.

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Ele iniciou sua fala repetindo que tinha profundo respeito pelo parlamento e que defendia a harmonia entre os poderes.

– Estou aqui com toda humildade e com respeito ao parlamento brasileiro – declarou.

O ministro voltou a dizer que não tinha problemas em se desculpar com quem se julgou agredido injustamente. Com uma postura de enfrentamento, Cid voltou a dizer que alguns partidos querem criar dificuldade para obter mais ministérios.

– Uns tinham cinco e agora têm sete. Logo vão querer a presidência – provocou o ministro em um discurso indireto ao PMDB.

Em tom altivo, o ministro condenou o oportunismo de alguns parlamentares da base aliada em momento de crise e disse que, “se alguém está mal, ele (Cid) vai querer ajudar”.

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Na primeira intervenção após seu discurso, Zveiter disse que Cid agia premeditadamente para piorar a relação entre governo e parlamento. Na avaliação do deputado, Cid queria “pular fora” de um barco “prestes a afundar”.

– Não tem volta, temos de interpelá-lo no STF – reforçou, para em seguida chamá-lo de “palhaço”.

Cid pediu respeito e começou a discutir com Zveiter. Cunha cortou o microfone do ministro e disse que ele não podia rebater o parlamentar daquela forma. Com a saída de Cid no meio da sessão, Cunha encerrou a comissão geral avisando que entrará com ação judicial contra o ministro.

– Essa Casa terá de reagir e não resta a menor dúvida disso – avisou o peemedebista.

* Zero Hora, com Estadão Conteúdo