O ciclone tropical Nargis, que atingiu o oeste de Mianmar, antiga Birmânia, no sábado e deixou mais de 22 mil pessoas mortas, danificou boa parte do cinturão de produção de arroz e pode se tornar mais um na série de problemas enfrentados pelo mercado global desse produto, que começava a dar sinais de esfriamento em meio a notícias sobre colheitas boas em alguns países e sobre a decisão das Filipinas de adiarem a compra de uma grande quantidade até que a oferta melhorasse.

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Embora ainda seja cedo para avaliar a real extensão dos danos às plantações, operadores acreditam que Mianmar pode não ser capaz de exportar as 500 mil toneladas de arroz que pretendia exportar neste ano. O ciclone Nargis destruiu uma grande área do Sudoeste de Mianmar, afetando cerca de 24 milhões de pessoas ou quase metade da população do país, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). As áreas mais afetadas são as regiões do delta do Rio Irrawaddy, uma região pantanosa na qual há arrozais extensos e outras plantações.

Em abril, a ONU previu que a produção de arroz de Mianmar poderia aumentar para 32 milhões de toneladas em 2008, de 31,5 milhões no ano passado, colocando o país à frente da Tailândia, Filipinas, Japão, Coréia do Sul e Paquistão, em termos de volume total produzido. Embora Mianmar tenha duas colheitas por ano, o estrago à atual plantação pode limitar a produção total do país.

Os preços globais do arroz quase dobraram desde o início do ano, em razão da escassez de oferta em países como as Filipinas e dos estoques globais baixos do produto, que estão nos menores níveis em 30 anos.

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