O ciclone subtropical, com fortes chuvas e ventos de até 118 km/h, registrado na madrugada deste domingo, causou estragos e destruição em muitos bairros da Grande Florianópolis e também no Sul do Estado. Segundo informações da Defesa Civil, ao menos 759 pessoas foram afetadas diretamente, 102 estão desalojadas no Estado e 260 mil domicílios chegaram a ser afetadas pela falta de luz. No último boletim, das 16h, 115 mil residências estavam sem energia.

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A Defesa Civil informou, ainda, que 125 residências foram afetadas por deslizamentos e quedas de árvore. Pelo menos 30 casas sofreram destelhamento, e diversas vias na Capital, especialmente no Sul da Ilha, estão obstruídas por árvores, postes e fiação.

Uma força-tarefa foi mobilizada para remover árvores caídas e restabelecer a energia elétrica. A Celesc tem 26 equipes trabalhando na Grande Florianópolis, o Corpo de Bombeiros conta com 12, a Polícia Ambiental com três e ainda há funcionários do Exército e da Floram.

Quem teve prejuízos causados pelos vendavais ou queda de energia, deve entrar no site da Epagri/Ciram para solicitar um laudo técnico. Importante: essa solicitação deve ser feita antes de consertar o prejuízo para então acionar o seguro, por exemplo.

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Rajadas de vento, chuva e mar agitado devem continuar neste domingo em Santa Catarina

Na avenida Madre Benvenuta, no bairro Santa Mônica, e no Estreito também há registro de árvores caídas na via. No Itacorubi, Ribeirão da ilha, Rio Tavares e Estreito houve queda sobre residências. Em São Ludgero, no Sul do Estado, foi registrado deslizamento, informou o Corpo de Bombeiros. 

O Corpo de Bombeiros, a Floram e a Celesc estão trabalhando com equipes para fazer a desobstrução das vias. Em caso de ocorrências, princípio de deslizamento de terras, é recomendável que a família sai da casa e acione a Defesa Civil pelo 199 ou Corpo de Bombeiros no 193.

Em Palhoça, o vendaval provocou o destelhamento de 10 residências e queda de árvores, deixando 40 pessoas desalojadas. Em São José, também foram registrados deslizamentos, e um deles ocasionou a queda de um muro sobre uma casa. 

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O secretário da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, reforça que as equipes estão nas ruas e já planejam as ações para resolver os casos mais graves:

— Tivemos um índice pluviométrico muito elevado e, com a passagem de uma frente fria, os ventos foram significativos, o que trouxe bastante queda de árvore, problemas no fornecimento de energia elétrica e nas residências. Hoje estamos com reforço para que a gente consiga normalizar a situação e, no que é mais grave, ver quais ações que serão tomadas para o restabelecimento. 

De acordo com o comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros de SC, Tenente Coronel Helton de Souza Zeferino, a maior parte das ocorrências atendidas até o momento são de desobstrução de vias em função de queda de árvores. Os principais bairros atendidos estão do Sul da Ilha e na parte Central de Florianópolis.  

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As rodovias estaduais também foram danificadas. Na SC-401, em Florianópolis, na subida do Jardim da Paz, no sentido Centro, foi registrada uma queda de árvore e está com trânsito lento. Foram registradas queda de placas de propaganda e algumas faixas estão interrompidas. Na SC-404, no km 5,300, dois pontos com árvore na pista no sentido bairro, fiação elétrica comprometida e trânsito em meia pista. 

Todo o trecho Sul da SC-401 está sem energia, com semáforos desligados. Na 405, faixa reversível interditada. SC-406, km 28, próximo a Pedrita, árvore na pista e trânsito em meia pista, assim como no km45, próximo ao materiais de construção Duarte.

Moradora do Campeche, a psicóloga Joice Andrezzo teve parte do telhado da casa destruído pelo vento e chuva. Ela e o marido recebem em casa dependentes químicos para ressocialização. Todos dormiam nos quartos no segundo piso da casa quando as telhas voaram e começaram as infiltrações pelo forro. Em alguns cômodos, o forro também foi destruído.

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— Hoje ficamos o dia todo tirando as coisas, limpando, e agora temos que dar um jeito de reconstruir — disse Joice.

O marido, Tadeu Matarazzo, disse que amanhã vai tentar comprar telhas novas para arrumar a casa.

Nas últimas 24 horas — das 11h do dia 3 às 11h de 4/12 -houve alto acúmulo de chuva na região da Grande Florianópolis e parte do litoral Sul. Na Capital, choveu o equivalente a todo o esperado para o mês de dezembro (166 mm). Foram registrados valores acima de 200 mm em Imbituba (211 mm) e acima de 150mm em Garopaba (173), Rio Fortuna (153) e Santa Rosa de Lima (150).

Florianópolis: dois deslizamentos atingindo 10 residências (direto e indiretamente) com 75 desalojados. Mais de 100 residências afetadas pelo vendaval, diversas ruas bloqueadas por queda de árvores

São José: um deslizamento atingindo uma residência com três desalojados, vários pontos de alagamento durante a noite e madrugada-

Palhoça: vários pontos de alagamento durante a noite e madrugada, mais de 15 residências afetadas pelo vendaval.

Biguaçu: sem relatos.

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São Ludgero: Erosão das águas do rio, seis casas atingidas e isoladas já na madrugada. 24 pessoas desalojadas.

Imbituba: Casos pontuais de destelhamentos.

Laguna: Casos pontuais de destelhamentos.

Fonte: Defesa Civil