Além de alagamentos, deslizamentos e quedas de árvores, a passagem do ciclone extratropical em Santa Catarina causou outro estrago: a morte de centenas de animais marinhos. Desde terça-feira (9), foram encontrados cerca de 590 pinguins mortos por causa da forte ventania e do temporal nas praias catarinenses. A informação é do Projeto de Monitoramento de Praia da Bacia de Santos (PMP-BS), órgão que presta atendimento veterinário em cinco áreas do litoral do Estado.
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De acordo com o biólogo marinho e coordenador do PMP-BS em Santa Catarina e Paraná, André Barreto, o surgimento de animais nas praias é maior durante a ocorrência do ciclone devido aos fortes ventos do oceano em direção à terra, que os transportam. Geralmente os que mais aparecem são aqueles debilitados ou que apresentam decomposição avançada.
Até esta sexta-feira (12), 622 animais à beira da praia foram encontrados, sendo apenas 24 sobreviventes. A maior parte deles estava na região da ilha em Florianópolis, com 350 espécies.
Veja as áreas litorâneas com mais animais atingidos:
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Entre as espécies afetadas estão gaivotas, fragatas, tartarugas e, principalmente, pinguins. Durante o período pré, durante e pós-ciclone, os biólogos estimam que os pinguins representam cerca de 90% dos animais mortos encontrados.
André Barreto comenta que, ao contrário de outras aves, o pinguim não consegue voar, o que dificulta a fuga de ondas fortes. Por respirar fora da água, ele acaba se afogando com o mar revolto.
– A ave consegue se afastar da tempestade, já os pinguins estão na água o tempo todo – explica.
Trabalho de atendimento veterinário
Nos últimos dias, as equipes do PMP-BS estão fazendo o trabalho de resgate de animais mortos e feridos nas praias catarinenses. André aponta que quando os bichos são encontrados por membros do órgão ou pela população, uma equipe é deslocada até o local.
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Se o animal está morto, é levado a uma base do PMP-BS para fazer uma necrópsia. Se está vivo ou debilitado, ele passa por uma avaliação veterinária em um centro de reabilitação. Após a melhora, a espécie é solta para a natureza.

Sob supervisão de Lucas Paraizo
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