A chuva intensa em todas as regiões de Santa Catarina causou enchentes, interdição de rodovias e fechou portos nesta quarta-feira (4). De acordo com a Defesa Civil estadual, ao menos 10 mil pessoas já foram atingidas pelo fenômeno, que é causado, principalmente, pela passagem de um ciclone extratropical.
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Segundo o governo de SC, desde segunda-feira (2), 94 cidades já registraram estragos, como alagamentos, deslizamentos e queda de árvores e muros – ou seja, um em cada três municípios catarinense foi atingido pelo ciclone. A Defesa Civil estadual contabiliza 420 pessoas desalojadas (que estão em casas de familiares ou amigos) e 175 desabrigados, que estão em abrigos.
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No entanto, a Defesa Civil de Rio do Sul informou que, só no município, 3 mil pessoas precisaram deixar suas casas. Dessas, 242 estão em um dos cinco abrigos da prefeitura, e o restante em residências de familiares.
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Entenda o que é ciclone
Vídeo mostra alagamento em Rio do Sul
A região mais atingida é o Sul do Estado. Em Tubarão, por exemplo, a prefeitura decretou situação de emergência devido ao transbordamento do Rio Tubarão, que corta a cidade. Aulas e o funcionamento do comércio local foram suspensos.
Outros cinco também decretaram situação de emergência: Orleans, Forquilhinhas, Maracajá e Araranguá – todos na região Sul -, além de Urubici, na Serra catarinense.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, só em Grão Pará, choveu 229.0 milímetros em dois dias. Por conta disso, parte de um cemitério desabou na tarde desta quarta-feira. Capelas mortuárias atingiram ao menos três veículos que estavam estacionados no local. Apesar do susto, não houve feridos.
Já de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, até a manhã desta quarta-feira, mais de 200 ocorrências relacionadas à chuva foram atendidas pelas equipes. A maioria em Rio do Sul e em Tubarão.
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Chuva fecha portos em SC
A chuva também causou o fechamento do canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes nesta quarta-feira. Ao menos cinco navios foram impactados pelo fechamento – três estão atracados e aguardam para sair, enquanto os demais estão em alto-mar, esperando para entrar no complexo.
Os portos foram fechados após análise da Praticagem, que faz o controle das condições de navegação e repassa as informações à Delegacia da Capitania dos Portos. No levantamento, foi verificado o excesso de vento e ondas, que tornam as manobras arriscadas.
Por conta disso, há a projeção de um prejuízo milionário. Só em dois dias de atividades suspensas, são mais de R$ 2,4 milhões perdidos.
Também houve a interdição de rodovias catarinenses. Na Serra do Rio do Rastro, por exemplo, a água invadiu a pista e fez com que ela se transformasse em um verdadeiro rio entre os Kms 404 e 407.
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Por volta das 18h30min desta quarta, a rodovia foi fechada devido a um novo deslizamento de terra. A interdição segue até a manhã desta quinta (5), quando o local passará por uma avaliação.
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Confira os estragos por cidades
Tubarão
De acordo com a Defesa Civil municipal, pelo menos 100 pessoas estão desabrigadas. A estimativa é de que se tenha um número ainda maior de desalojados, já que muitas pessoas saíram de suas casas e foram a residências de parentes e amigos.
O Rio Tubarão chegou a sair do seu leito em áreas mais baixas, principalmente nos bairros da Madre, Bom Pastor e São João. O nível chegou a ficar 6,40 metros acima do normal entre 10h e meio-dia.
Também há registro de alagamentos em ruas dos bairros Humaitá e Dehon. Os bombeiros atenderam 47 ocorrências na região. A cidade permanece em alerta, já que o volume de chuva pode chegar aos 100 mm nesta quinta-feira (5).
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Morro da Fumaça
Seis famílias são atendidas em dois abrigos da cidade. Segundo a Defesa Civil, outras 115 pessoas foram encaminhadas para a casa de parentes.
A rodovia SC-443, que liga o município a Sangão, está interditada. Isto porque o Rio Urussanga está com mais de 30 cm de água acumulada na pista.
Forquilinha
Ao menos 30 famílias estão desalojadas.
Orleans
Duas famílias estão desalojadas e estradas estão interditadas.
Criciúma
Duas famílias estão desalojadas.
Lauro Muller
Uma família está desalojada, enquanto outras estão ilhadas.
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Içara
Cinco famílias estão desalojadas. Além disso, a ponte da Linha Frasson, na divisa com Morro da Fumaça, segue interditada.
Maracajá
Ao menos 19 famílias foram retiradas de casa e encaminhadas à residências de parentes. Um abrigo foi aberto pela prefeitura.
Santa Rosa do Sul
Cidade teve alguns pontos de alagamentos sem maiores danos. A Defesa Civil monitora a situação da barragem do Rio Leão.
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Ilhota
No Centro da cidade, houve pontos de alagamento e movimento de massa.
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Balenário Camboriú
Houve queda de uma estrutura metálica de uma construção, devido as fortes rajadas de vento.
Lages
Ao menos três abrigos temporários foram abertos na cidade para atender os atingidos pelos alagamentos. Segundo a Defesa Civil, 62 pessoas estão desabrigadas e 158 desalojadas. Ao menos 364 foram afetadas pelas chuvas.
Ituporanga
Houve alagamentos pontuais, além da retirada de uma família que morava próximo a um rio.
Aurora
A cidade registrou vários pontos de alagamento e duas famílias foram retiradas de casas.
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Lontras
Há pontos de alagamento na cidade.
Agrolândia
Pontos de alagamentos e duas famílias retiradas de casa.
Trombudo Central
Pontos de alagamentos.
Rio do Sul
Uma das cidades mais afetadas, Rio do Sul tem cerca de 3 mil pessoas fora de casa. Há alagamentos em diversas ruas da cidade, como no túnel de acesso ao bairro Progresso/Fundo Canoa, na Estrada Geral Bom Fim, e na SC-350, no bairro Albertina.
Já no bairro Barragem, a rua Emílio Adami ficou danificada devido à chuva. A prefeitura também suspendeu os serviços da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social nos Creas dos bairros Canoas e Barragem.
Além disso, o município orientou que os pais de crianças matriculadas na educação infantil ou fundamental não encaminhem seus filhos para as escolas, devido a dificuldade de locomoção até as unidades.
Blumenau
Parte das obras de reforma da Prainha, em Blumenau, foi inundada pelo Rio Itajaí-Açu. A região está alagada e a cidade entrou oficialmente em enchente às 15h. Um abrigo já foi ativado na maior cidade do Vale.
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Outro alerta é se a última projeção divulgada pela Defesa Civil de Blumenau se confirmar, o Rio Itajaí-Açu atingirá o maior nível em sete anos. Conforme a previsão, às 20h desta quarta-feira (4) a medição pode chegar a 9,18 metros.
Joinville
Joinville registrou cheias, queda de árvore e grande volume de chuva desde a noite de terça-feira (3) e a manhã desta quarta-feira (4). O ponto mais crítico, de acordo com a Defesa Civil, é um alagamento registrado no final da Estrada Arataca, no acesso ao bairro São Marcos, que impede a circulação de veículos no local.
Também foi registrada uma queda de árvore na Rua Joaquim Nabuco, bairro Anita Garibaldi, que também interditou a via.
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