O prefeito Piriquito acabou com o estacionamento ao longo da Avenida Atlântica. Em termos de mobilidade urbana, a medida foi corajosa e correta. No entanto, penso que o prefeito não foi feliz quando decidiu implantar uma ciclofaixa na Avenida Atlântica, no lugar do estacionamento. Ao atender à reivindicação de um grupo de ciclistas, esqueceu da grande maioria – caminhantes, corredores e maratonistas, motoristas, motociclistas, skatistas e, principalmente, os usuários do transporte coletivo, que merecem melhores condições para seus deslocamentos. Embora não esteja completamente pronta, a inovação já está sendo questionada e causando conflitos.
Continua depois da publicidade
Ninguém pode contra a construção de ciclofaixas para incentivar o uso de bicicletas. Mas não é razoável sacrificar espaços limitados de nossas ruas e avenidas para beneficiar apenas uma minoria. Infelizmente é o que está acontecendo na Avenida Atlântica, cartão-postal do rico turismo de Balneário Camboriú.
Na verdade, as autoridades de trânsito ignoraram os milhares de residentes e moradores obrigados a caminhar numa estreita faixa de areia, em grande parte ocupada por sombrinhas de aluguel ou na calçada de petit pavé, fazendo um incrível malabarismo para desviar de gente sentada em suas cadeiras e dos cães conduzidos por seus donos.
A meu ver, a eliminação do estacionamento da Avenida Atlântica só terá sentido para ali ser implantada uma faixa para uso exclusivo de ônibus e desde que o mesmo ocorresse, também, nas avenidas Brasil, Terceira, Quarta e do Estado. Ninguém desconhece a situação caótica em que se encontra o trânsito de Balneário Camboriú. Principalmente na Avenida Brasil, com carros se deslocando em ritmo de tartaruga.
Com faixas exclusivas para ônibus modernos, confortáveis e em número suficiente, o poder público municipal estaria assegurando aos turistas e aos aqui residentes uma alternativa viável de transporte rápido e compatível com as diretrizes da boa política de mobilidade urbana, que recomenda priorizar o transporte coletivo.
Continua depois da publicidade