Um projeto de lei do vereador Nilson Probst (PMDB), presidente da Câmara de Balneário Camboriú, gerou reação da Associação de Ciclismo de Balneário Camboriú e Camboriú (ACBC) na tarde de sexta-feira. O texto fala sobre o trânsito e o uso de bicicletas, skates, triciclos, patinetes motorizados, patins e similares na cidade, estabelecendo regras para o tráfego e medidas de segurança nas vias.
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Para a ACBC, o conteúdo da lei prejudica os ciclistas porque indiretamente limitaria as pedaladas às ruas em que existem ciclovias ou ciclofaixas. Já o vereador afirma que houve um equívoco na interpretação do projeto, e uma reunião na sede da Câmara às 15h de segunda-feira deve esclarecer as dúvidas e definir possíveis alterações na proposta.
A intenção da lei é proibir a circulação de bicicletas e similares sobre calçadas, praças, passeios, canteiros e áreas ajardinadas, determinando que o tráfego ocorra somente em ciclovias (nos locais onde elas estão presentes) ou na pista de rolagem da direita, conforme a direção do fluxo dos veículos.
O projeto estipula ainda penalidades caso algum item seja descumprido, como advertência, apreensão do equipamento e até multa. O problema estaria no inciso II do artigo 3º, que diz que “o condutor deverá conduzir (…), quando não houver ciclovia, pela direita da pista junto a guia da calçada ou acostamento (…)”. Segundo o presidente da ACBC, Henrique Wendhausen, a interpretação desse trecho indica que, em lugares como por exemplo a Avenida Atlântica, em que há vagas de estacionamento à beira-mar, o ciclista estaria impossibilitado de transitar porque não seria possível respeitar a linha da calçada ou acostamento.
_ Se o projeto for aprovado assim e a lei for rigorosamente cumprida, não poderemos pedalar onde o estacionamento fica à direita. Eles querem que a gente suma, simplesmente _ diz.
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Henrique avalia também que a lei direciona aparelhos motorizados para as ciclovias, que são espaços exclusivos das bicicletas e outros veículos de propulsão humana. Ele cobra que a proposta seja discutida para que os ciclistas não sejam prejudicados.
_ Uma lei como essa vai contra a maré da mobilidade urbana. Bicicletas nas ruas e um transporte público de qualidade significam menos carros no trânsito _ pondera.
Confusão
_ Estão querendo achar pêlo em ovo. Se tiver carro estacionado na via obviamente a bicicleta não vai passar pelo acostamento, mas sim pelo lado do veículo. Mas se esse for o problema do projeto, a gente faz uma emenda ao texto e está resolvido _ assegura.
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O projeto está sendo avaliado pelas comissões da Câmara e deve ser enviado para uma primeira votação nas próximas semanas. Conforme Nilson, o texto está aberto para sugestões e aperfeiçoamentos, como os que devem ser sugeridos e analisados na reunião com a ACBC na segunda-feira.
_ Quero evitar o consumo indiscriminado em praças, não na praia _ destaca. Grandes eventos, porém, não seriam prejudicados. Nilson ressalta que o projeto prevê exceções para festas como o Carnaval e o Réveillon.