Neste domingo, o catarinense Daniel Rogelin inicia sua participação na volta de São Paulo, em que os ciclistas percorrem 1.272 quilômetros em oito dias. Com os estimados 600 mil quilômetros pedalados em 24 anos de carreira, Rogelin já poderia ter dado 15 voltas ao redor da Terra.
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Mas a volta mais difícil aconteceu nos últimos dois anos. Em 2010, ele participou de um estudo sobre o efeito de treinamentos extremos no organismo dos atletas, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Um exame apontou um cisto no rim direito. Era um tumor maligno, que passou a ser monitorado em Chapecó, pelo médico Ozy da Costa. Por um ano, não houve alteração, mas no início de 2012 o tumor dobrou de tamanho. O câncer começava a se alastrar. Mesmo sem dinheiro, o ciclista marcou uma cirurgia com o urologista Marcos DallOglio, em São Paulo. Ia vender o carro para bancar o procedimento, mas médico e equipe não cobraram nada.
O apoio que recebeu o motivou a retornar aos treinos. A operação foi em abril e ele ficou quatro meses parado. Aos 39 anos, e após uma cirugira complexa, que deixou uma cicatriz de 20 pontos, não se sabia se voltaria a competir. Ele mesmo deu a resposta: treinou cerca de 150 quilômetros por dia e venceu a Volta Ciclística Internacional do ABCD, em setembro.
– Foi uma choradeira – diz.
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– Meu filho é determinado, desde criança ia treinar sozinho, não precisava alguém mandar – lembra a mãe, Lourdes.
Pelo jeito, nada mudou.