"A gestão da inovação corporativa não é uma sala com post it colorido, é inovar em modelos de negócio, em gestão, e no uso de dados internos". É com essa consciência que Silvia Folster Marafon, ex-CEO e atual conselheira da Cianet, empresa brasileira referência em produtos e tecnologias para provedores de internet, com sede em Florianópolis, explica o processo que a empresa vem passando nos últimos anos.

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Por estar em um mercado de extrema competição, em 2018 a empresa iniciou um projeto de educação em inovação e imersões em clientes para mapear oportunidades e novas tecnologias. Folster afirma que um dos pontos cruciais foi entender que existe método, e que se este for aplicado, dá resultado.

— Inovar não é um critério, é um processo estruturado, que pode ser mais simples do que se imagina e que nem sempre precisa significar disrupção — afirma Folster.

Para apoiar a estruturação deste processo, a Cianet buscou o apoio de diferentes empresas, entre elas a Semente Negócios, junto com quem foi estruturado o processo de gestão da inovação focado no desenvolvimento de clientes.

— As metodologias fizeram com que uma ficha caísse para mim: o primeiro passo era entender as necessidades dos meus clientes, simples assim — lembra Silvia. A partir disto a empresa estruturou o seu laboratório de inovação, desenvolveu várias iniciativas e hoje tem um novo modelo de negócio em desenvolvimento, entrando de forma consistente no mercado de software para provedores de internet.

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Hoje 3,5% da base de clientes da Cianet já utiliza um dos produtos testados no laboratório, o Mobo, chatbot que utiliza inteligência artificial para atendimento de usuários e potenciais novos assinantes, gerando receita recorrente.

— A expectativa é chegar a R$ 1 milhão de receita em 2020 — compartilha Eliza Abreu, líder da iniciativa na empresa.

Desafios da gestão da inovação

Folster enfrentou na prática o desafio de traduzir os conceitos de inovação para o dia a dia da operação e inovar de verdade.

— A empresa surgiu e se desenvolveu por mais de duas décadas observando tendências e apostando no desenvolvimento de produtos a partir daí, com pouca iteração com os clientes — explica.

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No entanto, o sucesso passado não é garantia de que vá funcionar no futuro, em especial em um contexto onde a velocidade da transformação é acelerada e olhar para a necessidade dos clientes, os colocando no centro do processo, é tão importante quanto observar tendências mais amplas.

— A incerteza é inerente ao ato de inovar e as metodologias tradicionais de gestão e desenvolvimento de produto já não conseguem responder a isto — explica Marcio Jappe, CEO da Semente Negócios.

— Enquanto negócios consolidados devem focar em eficiência, startups, que são organizações temporárias em busca de um modelo de negócio viável, devem focar no aprendizado e na redução de incertezas — reforça.

E é neste contexto onde metodologias como o Design Thinking, a Startup Enxuta e o Desenvolvimento de Clientes surgem, colocando os clientes no centro do processo e estruturando cientificamente a inovação, com o estabelecimento de hipóteses e testes para a sua validação.

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— No final das contas não é sobre ter 100% de certeza sobre como as coisas vão evoluir, mas é trabalhar com níveis aceitáveis de incertezas e os riscos associados a elas — conclui Jappe.

Com o surgimento de milhares de startups mundo afora, fica claro que inovar não é mais exclusividade de empresas com grandes áreas de pesquisa e desenvolvimento. O desafio agora é combinar o melhor dos dois mundos, unindo a estrutura e recursos de um negócio consolidado com a velocidade e o foco das startups. E foi esse o desafio encarado pela Cianet com o apoio da Semente.

Apesar de a receita deste novo produto ainda não ser significativa no total faturado pela empresa, a expectativa é que o impacto seja exponencial em cultura de trabalho, processos da empresa como um todo e no resultado financeiro, já que a previsão de alcançar o break even, quando o investimento paga a conta, é junho 2020.

— Começamos a trabalhar inovação para que todos a experimentassem, de ponta a ponta, em todos os setores. Quando mostramos que a inovação está alinhada à nossa estratégia, à nossa cultura e à nossa visão, as coisas foram dando certo — diz Folster que segue salientando a importância do apoio de outras empresas neste processo:

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— O apoio da Semente foi importante também porque não foi o tipo de empresa que faz recomendações, entrega um powerpoint e dá o trabalho como encerrado, eles realmente arregaçam as mangas e pegam junto — complementa.

Inovar não é fácil, mas pode ser mais simples do que se imagina. Colocando o cliente no centro de processos metodologicamente estruturados e buscando apoio com especialistas é possível gerar impactos positivos, tanto nos resultados financeiros quanto na cultura organizacional das empresas.

Conheça a Semente Negócios em www.sementenegocios.com e saiba mais sobre como implementar um processo de inovação em sua empresa.