O filme A Hora mais Escura poderia estar chamando atenção por ser a sequência da carreira de Kathryn Bigelow, primeira mulher a ganhar o Oscar de direção, com Guerra ao Terror (2010).

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Em vez disso, é o retrato que faz dos supostos excessos dos militares norte-americanos na busca por Osama Bin Laden o que tem mais mexido com a opinião pública nos Estados Unidos. A polêmica ganhou força na última sexta-feira, quando a CIA emitiu nota oficial sobre o assunto, assinada pelo diretor interino Michael Morell.

No longa, técnicas de tortura como o afogamento, são empregadas para extrair informações de pessoas apreendidas na longa década de buscas que sucedeu os atentados terroristas de 11 de setembro de 2011.

Morell disse que, diferentemente do que é retratado no longa, as informações obtidas por meio de tortura – chamada pela CIA de “interrogação aprimorada” – não foram “tão cruciais” para reunir as pistas que levaram a Bin Laden.

Na última semana, os senadores Dianne Feinstein, Carl Levin e John McCain se também se manifestaram contra a relação feita pelo filme entre a importância dos interrogatórios com a inteligência que levou à captura e assassinato de Bin Laden pelos militares.

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“Escrevemos para expressar nosso profundo desapontamento com o filme. Acreditamos que é grosseiramente impreciso ao sugerir que a tortura resultou em informações que levaram à localização de Bin Laden”, escreveram os senadores, que fazem parte do Comitê de Inteligência do Senado.

“O filme abusa da licença artística, enquanto se pinta como historicamente preciso”, afirma Morell.

Ao fim da nota, o diretor ressalta: “A Hora Mais Escura não é um documentário”. Bastante óbvio, mas suscita o questionamento: o quanto filmes de Hollywood que se debruçam sonbre fatos reais devem ser fiéis à realidade?

A Hora Mais Escura estreia nos cinemas brasileiros em 18 de janeiro. Assista ao trailer do filme: