A aposentadoria chegou para Edgar Schatzman, 71 anos, não como fronteira entre o vigor e o descanso. Muito pelo contrário. Foi deixando de lado os deveres trabalhistas que ele embarcou em uma nova atividade – não somente para benefício próprio, também para o deleite do público.
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Edgar é um dos aposentados da Cia. Novo Tempo que se despe de seus trejeitos e sobe ao palco com frequência em Joinville. Neste fim de semana a façanha se repetirá: com a grupo, ele convida o público para vê-lo em “Uma Festa para Eulália”.
Único integrante homem do quadro de atores do grupo, Edgar também está no elenco de “A Mudança” e “Meu Nome É Herbert”, que entram em cartaz no próximo fim de semana ao lado de “A Mais Forte”, estrelado por duas maduras atrizes.
– O teatro para mim é uma brincadeira séria. Quando se ensaia é prazeroso, mas também sacrificante – revela o ator.
A arte cênica surge como na vida de Edgar como a realização de sonho adormecido por conta das rotinas de comerciante, obrigações de pai e barreiras da Ditadura. Como não queria que a aposentadoria fosse sinônimo de acomodação, tão logo recebeu a carta de alforria da sociedade, foi em busca de um curso na Univille, depois na Casa da Cultura, até conhecer o trabalho de Robson Benta, antigo diretor da Cia. Novo Tempo.
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– Sempre gostei de circo, de fazer as pessoas rirem – diverte-se.
Edgar viveu anos difíceis para alguém contra ideias repressivas. O ator foi preso pela Ditadura Militar e, assim como os demais, teve o acesso a espetáculos limitado pelo regime.
Ele ainda lembra com alegria de “A Morte do Caixeiro Viajante”, apresentado no início da década de 1980, quando o rigor dos militares começou a abrandar.
– Hoje não me considero um ator, e sim, um transgressor. Estou vivendo um sonho de infância realizado – afirma.
Além de Edgar, mais de dez atrizes encontraram a maturidade nos palcos. Dirigidos por Hélio Muniz, o grupo fará cinco apresentações no Galpão da Ajote, na Cidadela Cultural Antarctica, com quatro espetáculos.
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“Uma Festa para Eulália” é o trabalho mais antigo da companhia, “A Mais Forte” e “A Mudança” estrearam em 2011, e “Meu Nome É Herbert” foi apresentada pela primeira vez em fevereiro.
O QUÊ: espetáculo “Uma Festa para Eulália”, da Cia. Novo Tempo.
QUANDO: sábado e domingo, às 20 horas.
ONDE: Galpão da Ajote, anexo a Cidadela Cultural Antarctica, rua 15 de Novembro, 1.383, Joinville.
QUANTO: ingressos antecipados pelo www.ticketcenter.com.br a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Agende-se
“A Mais Forte”, 1º de junho, às 20 horas
“A Mudança”, 2 de junho, às 20 horas
“Meu Nome É Herbert”, 3 de junho, às 20 horas