O frio só deve dar trégua no domingo assim, para quem quiser sair de casa na noite deste sábado, um bom programa é uma ida ao teatro. A dica é o bem equipado, “quentinho” e pouco conhecido teatro do Colégio Menino Jesus, com 350 lugares disponíveis, que recebe, a partir das 20h, o espetáculo Circuits Fermés, da Cia. francesa DeFracto.
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Malabarismo, dança e música. As três formas de expressão artística são as ferramentas da dupla Mihn Tam Kaplan e Guillaume Martinet. A primeira é a condutora da performance, que tem duração de cinquenta minutos. Os movimentos precisos e muitas vezes ríspidos do corpo surgem como desdobramentos da técnica circence de equilibrar objetos.
Assistir à dupla de franceses autodidatas, que são malabaristas há pelo menos 15 anos, é uma boa oportunidade de conhecer o chamado “novo circo”, escola da qual a França é especialista. Os artistas não gostam do rótulo. Mihn afirma que quando você chama de “novo circo” fatalmente cria a separação entre o novo e o tradicional. “Não é isso e sim uma evolução. Às vezes, você não sabe se o movimento é do circo tradicional ou do novo. Eu chamo de circo contemporâneo, porque é o circo da forma como fazemos hoje. Não é mais necessário uma tenda montada, animais e 10 pessoas” afirma ele em um vídeo disponível no You Tube e gravado em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
A dupla está no Brasil há 20 dias. Além de cidades gaúchas, o espetáculo passou por Rio de Janeiro, Maranhão e São Paulo. Ontem esteve em Minas Gerais e, depois de Florianópolis, segue ao Paraná para depois retornar à França, somando 23 apresentações no Brasil.
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Mihn e Guillaume começaram a conceber o espetáculo há quatro anos e só finalizaram em outubro do ano passado. Guillaume afirma que Circuits Fermés é um espetáculo gráfico e rítmico. Expressões corporais combinadas ao malabarismo criam imagens gráficas, formando pontos e linhas a partir das peças em movimento. Tudo isso ritmado pela música.Circuits Fermés faz parte da programação cultural 2012 da Aliança Francesa, responsável pela vinda dos shows de Nicola Son (março) e Raphaelle Lannadere (maio).
Preste atenção
Mihn e Guillaume jamais ficam sozinhos no palco. O espetáculo acontece a partir da integração do movimento dos dois. A conexão entre a dupla é a chave da beleza do espetáculo.
O malabarismo é o fio condutor da apresentação. Os movimentos do corpo funcionam como extensão da técnica e não o contrário. Mas não espere aquele malabarismo que estamos acostumados a ver no farol. É malabarismo com extrema sofisticação. Em alguns momentos, os dois artistas trabalham com até sete bolinhas simultaneamente.
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Não há um recado ou uma mensagem dos artistas. A dupla não está tentando dizer nada. O objetivo é apresentar os movimentos e deixar que o público traduza em palavras.
Agende-se
O quê: Circuits Fermés
Quando: hoje, às 20h
Local: Teatro do Colégio Menino Jesus (Rua Esteves Júnior, 696. Centro)
Ingresso: R$20 (inteira) e R$10 (estudantes, idosos e assinantes do clube DC)