Pouco mais de um mês após a tempestade que deixou 233 mortos e quatro desaparecidos, Petrópolis (RJ) voltou a se assustar com fortes chuvas na tarde deste domingo, dia 20. A Defesa Civil acionou duas vezes as sirenes para que as pessoas deixassem as áreas de risco.

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Em menos de uma hora, choveu ao menos 70 milímetros, o que fez o órgão recomendar que a população se deslocasse para locais seguros, como os 19 pontos de apoio que existem nos bairros – no dia da tragédia foram 260 milímetros, o maior volume desde o início das medições, em 1932.

Vídeos feitos por moradores mostram ruas completamente alagadas e enxurradas de água enlameada descendo de morros. Até o momento, porém, o Corpo de Bombeiros informou que não houve registros de deslizamentos ou vítimas.

A Defesa Civil já havia enviado alertas por mensagem pela manhã informando a previsão de chuva moderada a forte na cidade da região Serrana, com ventos intensos, por conta da passagem de uma frente fria no Sudeste. Ela pode se prolongar pela noite e se estender até esta segunda-feira, dia 21.

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A tempestade chegou a interromper as buscas voluntárias pelos desaparecidos no desastre. O marceneiro Leandro da Rocha, 48, que tem liderado essas ações, diz que foi surpreendido quando voltava com três companheiros do rio Quitandinha, que transbordou novamente, deixando o centro da cidade alagado.

“Desceu água tudo de novo, a cidade está submersa. Eu estou ilhado aqui, consegui parar o carro num ponto mais alto. Muita chuva, muita água descendo de novo, coisas sendo carregadas. Estou aguardando isso tudo parar de novo, não sei o que vai ser. É difícil, tudo de novo, só Deus para nos ajudar mesmo”, afirmou.

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Foi ele quem começou a varredura no curso do rio pelo filho Gabriel, 17, que estava em um dos dois ônibus arrastados pela correnteza naquele dia 15 de fevereiro. Ele voltou ao local para procurar outros três desaparecidos logo depois que o adolescente foi achado e enterrado.

A tragédia deste verão foi a maior da história da cidade, superando em número de vítimas as grandes tempestades de 2011 (73 mortos e cerca de 30 desaparecidos), quando o estrago foi maior em outros municípios da região, e de 1988 (171 mortos, segundo a prefeitura).

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Mais de um mês depois, os moradores que tiveram seus lares atingidos ainda improvisam, já que em sua maioria continuam sem casa, sem aluguel social e sem perspectivas.

Muitos seguem morando com parentes e amigos dentro ou fora do município, outros voltaram para seus lares em áreas de risco –parte deles ainda sem laudo da Defesa Civil–, e cerca de 400 seguem nos abrigos montados em escolas ou instituições voluntárias.

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Os imóveis de baixo custo que já eram escassos na cidade agora são quase inexistentes, e em áreas consideradas seguras custam muito acima dos R$ 1.000 que as famílias devem receber do governo do estado e da prefeitura. Proprietários também temem eventuais falhas no pagamento do benefício.

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