Ilhota amanheceu nesta sexta-feira (7) contabilizando os prejuízos causados pela enxurrada desta quinta. A cidade registrou o maior volume de chuvas do Vale do Itajaí, o que alertou para possibilidade de deslizamentos e resultou no decreto municipal de situação de emergência.
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Mais de 1,2 mil casas ficaram alagadas, segundo a Defesa Civil do município. Os bairros mais atingidos foram Ilhotinha, Pedra de Amolar, Centro, Missões, Boa Vista, Minas e Vila Nova. Em dezenas de pontos as ruas viraram um verdadeiro mar de lama.
Em uma delas, onde está a casa do músico Valmir Porto Pereira, a água só baixou quando a prefeitura retirou a tampa de concreto sobre uma obra no meio da via.
— A prefeitura está fazendo uma tubulação nova aqui na Rua José Domingos Filho há mais ou menos um mês. A água não conseguiu escoar e entrou nas casas. Quando o trator chegou para tirar a tampa já era tarde — conta o morador.
Segundo o diretor da Defesa Civil, Roberto Merlini, as tubulações antigas da rede de esgoto estão sendo substituídas por estruturas maiores. A tampa estava no local para evitar a entrada de lixo.
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— Como a tubulação antiga não deu conta do volume de chuva, a Defesa Civil optou por retirar a tampa para dar uma nova vazão — explicou Merlini.

No imóvel onde Pereira vive com a esposa, a filha e o genro, a água suja atingiu cerca de 70 centímetros. O músico conseguiu erguer alguns móveis sobre as cadeiras, mas não adiantou. Já no final da tarde da quinta-feira jogou fora colchões e armários.
Caminhões e máquinas da prefeitura recolhem os materiais que se amontoam diante das residências. De acordo com Merlini, além da Secretaria de Obras, que faz o trabalho de limpeza, equipes da Saúde e Assistência Social estão visitando os atingidos para fazer um levantamento dos prejuízos.
A prefeitura ainda não conseguiu contabilizar todos os estragos. Até as 12h desta sexta-feira, além dos alagamentos, sete deslizamentos foram registrados em terrenos dos bairros Vila Nova, Barranco Alto, Baú Central e Pedra de Amolar. Quatro árvores caíram sobre casas.
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Parte de uma rua do bairro Barranco Alto cedeu e está em meia pista. Obras de pavimentação terão de ser refeitas porque a chuva danificou a obra.

Situação de emergência
O prefeito Erico de Oliveira (MDB) decretou situação de emergência já nesta quinta-feira (6). No ofício, detalhou que as chuvas intensas duraram 240 minutos, causando deslizamentos e apagão:
"Apagão e falta de comunicação via telefone e internet por aproximados quarenta minutos, trazendo danos e prejuízos diversos ao Poder Público, bem como à população".
De acordo com o relatório enviado pela Defesa Civil estadual às 8h desta sexta, nas últimas 24 horas choveu 155 milímetros em Ilhota, acumulando 208 milímetros em 72 horas. A instituição alerta para risco de deslizamentos em Ilhota, Itajaí e Balneário Camboriú.
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Conforme Merlini, em 2011 as fortes chuvas em Ilhota deixaram a população na mesma situação.
— Moro há 20 anos nesta casa, sempre que chove muito as casas alagam. Já passei quatro ou cinco vezes por isso. Agora é trabalhar para recuperar o que perdemos — lamenta Pereira.
Depois de levantar tudo o que os moradores perderam e mapear as obras afetadas pela água, a prefeitura definirá o que pode fazer para auxiliar a população e os novos investimentos necessários.
A Assistência Social disponibilizou um abrigo temporário em frente ao prédio da gestão municipal, no Centro. Porém, até o momento nenhum morador precisou do local.