As fortes chuvas que atingem o estado de São Paulo desde a noite de sexta-feira (28) causaram deslizamentos de terra, transbordamento de rios e córregos, deixaram cidades alagadas, rodovias interditadas e ao menos 19 mortos, sendo pelo menos sete crianças. Há 500 desalojadas em todo o estado, segundo o governo.

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Inicialmente, foram informados 23 óbitos, mas segundo a Folha de S.Paulo, a prefeitura de Franco da Rocha corrigiu o número de óbitos de oito para quatro. O texto foi corrigido às 22h40min.

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De acordo com o governo e prefeituras, desde sexta foram registradas oito mortes em Franco da Rocha, quatro em Francisco Morato, três em Embu das Artes, uma em Arujá (todas na Grande SP), cinco mortes em Várzea Paulista (54 km de SP), uma em Jaú (287 km de SP) e uma em Ribeirão Preto (313 km de SP).

​Em Franco da Rocha, sete corpos foram resgatados de um deslizamento na rua São Carlos e uma oitava vítima morreu no hospital.

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“Até o momento, 15 moradias foram atingidas e seis pessoas foram resgatadas com vida. Ainda não há o registro do número de desaparecidos”, afirmou a Prefeitura de Franco da Rocha, em nota.

Segundo o governador João Doria (PSDB), que sobrevoou a região, até as 16h deste domingo havia quatro desaparecidos em Franco da Rocha. “A Defesa Civil ficará aqui o tempo que for necessário até que todos sejam resgatados”, afirmou o tucano, em entrevista coletiva.

A cidade, que decretou situação de emergência, registrou diversos pontos de deslizamento de terra. Moradores registraram em vídeo o momento em que uma encosta cede e a força da lama arrasta árvores. Segundo a prefeitura, três casas foram atingidas.

Os rios Juquery e o Ribeirão Eusébio transbordaram e os dois lados da cidade estão inundados. Segundo a Defesa Civil estadual, houve um acumulado de chuva de 198 mm em Franco da Rocha desde sexta-feira até a tarde deste domingo.

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​A represa Paiva Castro atingiu 71,2% de sua capacidade no meio da tarde deste domingo e provocou “alerta máximo”, segundo a prefeitura, que junto com a Sabesp está fazendo o bombeamento da água e manobras para evitar abertura de comportas.
Segundo a Sabesp, houve aumento na retirada de água para a estação de tratamento do Guaraú para reduzir o volume de água da represa.

Os deslizamentos fizeram com que o estudante Felipe Lima, 31, anos se juntasse a um grupo de voluntários que se reuniram para ajudar as vítimas das enchentes na cidade. O grupo recebe doações, mobiliza pessoas por meio das redes sociais e realiza atendimentos médicos com profissionais da saúde que se disponibilizam a atender as vítimas gratuitamente.

Lima vive próximo ao local dos deslizamentos e viu amigos e conhecidos perderem suas casas. “São pessoas que convivem conosco no futebol, no posto de saúde, no supermercado, não são pessoas desconhecidas. Então isso termina machucando muito a gente, é como se fosse um parente nosso”, diz o estudante.

O professor de artes James da Silva Barros, 22, ficou ilhado em sua residência. Apesar dos planos para o domingo, Barros não tinha como sair de seu bairro pois todas as ruas estavam tomadas pela água. Por morar em uma região alta de Franco da Rocha, sua casa não foi atingida.

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“A gente não consegue sair do bairro praticamente, está tudo alagado. A única saída que temos para chegar na estação [de trem] de Franco está horrível de alagada. Sem contar que estamos sem energia”, afirmou.

Em Várzea Paulista, cinco pessoas de uma mesma família morreram após a casa em que moravam ser atingida por um deslizamento de terra, por volta das 8h deste domingo (30). Segundo a prefeitura, as vítimas são um homem de 41 anos, a esposa, de 30, e os três filhos do casal – um menino de 12 anos e duas meninas, de 10 e 1 ano.

Em Embu das Artes, um deslizamento de terra deixou três mortos na madrugada deste domingo. Segundo o Corpo de Bombeiros, as vítimas foram uma mulher de 45 anos e seus dois filhos -um homem de 21 anos e uma menina de 4.

Antes da chegada dos bombeiros ao local do deslizamento, outras quatro pessoas já haviam sido retiradas dos escombros pela população local. Todos residiam na mesma residência, localizada na rua Jatobá.

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Em nota, a Prefeitura de Embu das Artes afirmou que o acidente atingiu duas casas -uma delas estava vazia e a outra onde estavam as vítimas. A prefeitura também diz que “foram interditadas 16 casas, mas algumas famílias insistem em retornar ao local de risco”.

Em Francisco Morato, três crianças e um adulto morreram em dois soterramentos nos bairros Jardim Arpoador e Recanto Feliz.

​A chuva ainda provocou a interdição da linha 7-rubi da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) neste domingo. Os trens não circulam entre as estações Caieiras e Francisco Morato. A empresa precisou acionar o sistema Paese para atender passageiros com ônibus gratuitos. A rodovia Anhanguera, principal ligação entre a capital e o interior do estado, chegou a ser totalmente interditada no km 30, em Cajamar, na Grande SP. A liberação da última pista ocorreu às 15h22, segundo a concessionária CCR AutoBan.

Segundo o governo do estado, serão liberados R$ 15 milhões para dez municípios mais prejudicados pelas chuvas.

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