Chuvas acima da média prejudicaram a produção de arroz no Norte de SC

Chuvas acima da média prejudicaram a produção de arroz no Norte de SC. Na região de Joinville e em Jaraguá do Sul, a colheita deve chegar a 90 mil toneladas, em vez das 140 mil toneladas esperadas, uma queda de 35,7%. Mas, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (Epagri), o prejuízo pode chegar a 60%.

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Hector Silvio Haverrot, engenheiro agrônomo da Epagri, explica que os rizicultores que plantaram em agosto são os mais prejudicados. Segundo ele, a chuva de outubro foi fator determinante para essa queda na safra.

– A chuva coincidiu com a época reprodutiva do arroz, em que a planta sofreu com pouca temperatura, muita chuva e baixa luminosidade. Já os agricultores que realizaram o plantio tardio podem ter um desempenho melhor, pois a planta não sofreu com as chuvas de outubro – explica.

Haverrot acrescenta que os rizicultores colhiam de 140 a 150 sacas por hectare (ha). Nesta safra, alguns produtores alcançaram no máximo 60 sacas. E o esperado que os produtores da safra tardia esperam entre 100 e 120 sacas.

Na capital do arroz, Massaranduba, Hilário Beck foi um dos rizicultores prejudicados pelas chuvas. Conseguiu colher 90 sacas por hectare e calcula redução de até mil sacas nos 20 ha que planta.

– Tudo subiu. Óleo diesel, energia elétrica e insumos. Agora, apostar na ressoca (segundo plantio) para tirarmos as despesas. Planto desde criança e não me lembro de uma quebra tão grande – afirma Beck.

Colheita tardia

O agricultor Elmar Prestini está confiante para a colheita tardia. Seguindo os costumes de pai para filho, ele plantou os 15 ha de arroz durante novembro. Segundo Prestini, a intenção é apostar na venda durante a safra para garantir um preço melhor.

– A maioria planta antes para colher na ressoca (segundo plantio), mas é sempre arriscado porque nunca sabemos se a planta de arroz vai dar grãos ou não e também é preciso investir em mais adubo – explica.

As máquinas entrarão a partir do dia 15 nos arrozais. Prestini afirma que o produto deve ficar mais caro para o consumidor, porque a região Sul representa 50% da produção nacional. Todos os Estados apresentaram problemas ao longo da safra.