O temporal que alagou ruas e provocou alagamentos e enxurradas no Alto Vale do Itajaí na madrugada de quinta-feira (17) já figura como uma das tragédias climáticas mais fatais dos últimos anos em Santa Catarina. Com 13 vítimas confirmadas até agora — nas cidades de Presidente Getúlio, Ibirama e Rio do Sul —, a tempestade já deixou um rastro de mortes maior, por exemplo, que o furacão Catarina que atingiu SC em 2004 e causou 11 óbitos.
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A tragédia no Alto Vale vem em um ano que já foi marcado por outro grande fenômeno climático em Santa Catarina: o ciclone-bomba que passou pelo Estado no fim de junho e afetou mais de 1,3 milhão de catarinenses. Ao menos 14 pessoas morreram por causa dos estragos gerados pelo vento de velocidade histórica que destruiu vários municípios.
Enquanto o ciclone foi um fenômeno estadual, com danos registrados em cerca de 200 cidades catarinenses, o temporal desta semana teve um claro “epicentro” na cidade de Presidente Getúlio, onde ao menos nove pessoas morreram segundo o último boletim da Defesa Civil, no início da noite desta quinta (17).
Enxurradas devastadoras fazem parte da história de SC
Pelo impacto localizado, o caso no Alto Vale lembra outras tragédias climáticas que já marcaram Santa Catarina, como a enxurrada da Rua Belo Horizonte, em Blumenau, em 1990. Na época, 21 pessoas morreram em uma tragédia de ares parecidos com a desta semana. Um grande temporal durante a madrugada passou de forma rápida, mas o volume de chuva provocou uma enxurrada que carregou casas, carros, ônibus, e soterrou famílias na região Sul de Blumenau.
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Na mesma Blumenau, outras enxurradas de menores proporções em ruas da cidade deixaram marcas nos últimos anos. Em 2018, um temporal provocou uma correnteza em ruas do bairro Itoupavazinha e acabou causando a morte de duas pessoas que estavam em um carro que foi carregado pela força da água.

As grandes enchentes
Castigado com a chuva dos últimos dias, o Vale do Itajaí tem na memória grandes enchentes que estão entre as maiores tragédias climáticas de Santa Catarina. Em 2008, quando 135 pessoas morreram no evento com grandes deslizamentos e a cheia no Rio Itajaí-Açu, e em 1983 quando uma enchente matou 49 pessoas e deixou grande parte de Blumenau debaixo d’água.
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O histórico faz com que a região tenha, hoje, medidas eficientes de prevenção às cheias e aos deslizamentos, com áreas de risco delimitadas e cotas de enchente determinadas para todas as ruas. No entanto, poucas ações são possíveis contra eventos tão rápidos e intensos como o temporal que atingiu o Alto Vale.
Até hoje, a maior enchente já registrada em Santa Catarina ainda é a de Tubarão, no Sul do Estado, em 1974. A chuva forte e ininterrupta durou semanas e causou 199 mortes segundo os registros oficiais da época.
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