A chuva pode ter amenizado as temperaturas em Santa Catarina, mas não afastou o risco de queda de energia no Estado. Além da possibilidade de ficar no escuro, os catarinenses e o resto do Brasil podem pagar uma conta mais salgada em agosto.

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Mesmo se chover muito nos próximos dias – o que não está previsto pela Epagri/Ciram – o abastecimento não depende da região Sul do país, e sim da Sudeste, que abriga os maiores reservatórios do Brasil. A chefe do Departamento de Comercialização de energia da Celesc, Ivone Castellar, explica que o sistema brasileiro é interligado e a região não tem reservatórios representativos na rede nacional.

– Por causa do calor houve um consumo recorde. Nós tivemos uma questão climática que não acontecia desde 1930 – diz.

Ivone acredita ainda que se continuar as altas temperaturas, há uma possibilidade de racionamento no Brasil. Para a situação mudar, os níveis das bacias da região Sudeste precisam estar altos.

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O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reconheceu, em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira, que há uma taxa mínima de risco de desabastecimento se as condições ficarem adversas. Mas defendeu que o país tem um sistema firme e não está planejado o corte no fornecimento. Nesta mesma semana, o Ministério chegou a divulgar nota admitindo o risco de apagões.

– Temos sempre uma sobra (de energia) para poder garantir o fornecimento ao país em momentos de dificuldades como esse – ressaltou.

Conta mais salgada no meio do ano

O risco de desabastecimento vem acompanhado de reajuste nas contas. De acordo com Ivone Castellar, para substituir o baixo nível de água das hidrelétricas, as distribuidoras recorreram às usinas térmicas para suprir o mercado, o que deixa o fornecimento mais caro.

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– Elas (termelétricas) gerando, a distribuidora tem que pagar custo fixo, combustível e o efeito da disponibilidade. Isso aí fica caro na época do reajuste da tarifa. Por enquanto, estamos (Celesc) pagando.

Ivone acredita que é muito cedo para revelar o percentual de reajuste. Vai depender do governo federal.

O ministro Lobão também prevê um possível aumento. Conforme ele, será preciso mais gastos se houver mais investimentos para garantir a segurança do abastecimento.

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