A previsão de chuva na região da BR-376 deve dificultar o acesso das equipes de resgate às vítimas do deslizamento de terra que atingiu a rodovia na noite de segunda-feira (28). Ao menos duas mortes já foram confirmadas no acidente que ocorreu no trecho que liga Paraná a Santa Catarina. De acordo com o Corpo de Bombeiros, não é possível estimar o número de vítimas.

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Segundo o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Manoel Vasco, na manhã desta quarta-feira (30) os trabalhos avançaram na região, e três veículos e uma carreta foram retirados do local. Um dos corpos encontrado estava no caminhão e foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba para identificação. Já nos carros, não havia vítimas.

Bombeiros confirmam segunda morte em deslizamento na BR-376, entre SC e PR

Porém, por conta da previsão de chuva, a dificuldade no resgate deve piorar nas próximas horas.

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— A maior dificuldade é a previsão no aumento das chuvas, já que é uma área de risco e que tende a piorar com as chuvas — diz o comandante.

Além disso, a Defesa Civil reforçou a instabilidade no local. Só nesta terça-feira (29), dez pontos de pequenos deslizamentos foram registrados na região.

Ainda segundo o coronel Vasco, não há previsão de quando a limpeza da pista será finalizada, por conta do risco de desabamento. Ele explica, ainda, que o ponto mais crítico é o local onde uma carreta está segurando uma grande quantidade de terra.

— Se tiver mais um deslizamento, há preocupação de como vai ficar a pista, se aguenta — complementa.

A Polícia Científica do Paraná também informou que cerca de 19 famílias entraram em contato com as equipes para informar sobre pessoas que estariam no trecho no momento do deslizamento. De acordo com os bombeiros, a estimativa é de ao menos 30 vítimas no local.

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O órgão estadual disponibilizou um telefone para atendimento das famílias. O contato pode ser feito pelo (41) 3361-7242. O objetivo do serviço, que funciona 24 horas, é receber informações que possam auxiliar na identificação das vítimas.

Até a manhã desta quarta-feira (30), duas mortes foram confirmadas. Entre as vítimas está o caminhoneiro João Maria Pires, de 60 anos, morador de São Francisco do Sul, no Litoral de Santa Catarina. Outras seis pessoas foram resgatadas.

Veja o mapa que mostra o local do deslizamento

Relembre o caso

O deslizamento ocorreu no início da noite de segunda-feira, por volta das 18h40min, na pista sentido Santa Catarina. O mesmo local já havia registrado um outro deslizamento, de menor volume, durante o dia. Equipes trabalhavam no local e a pista havia acabado de ser liberada para tráfego. Conforme relatos, os veículos ainda estavam parados no local quando o deslizamento ocorreu. Parte dos veículos, inclusive, teria sido arrastada para fora da rodovia.

Segundo a Autopista Litoral Sul, concessionária responsável pelo trecho Norte da BR-101 em Santa Catarina e também pela BR-376 no Paraná, não há previsão de liberação da pista. Todas as faixas dos dois sentidos da rodovia precisaram ser interditadas.

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Os bloqueios ocorrem na praça de pedágio de São José dos Pinhais, no Paraná, no km 635 da rodovia, na unidade da PRF em Tijucas do Sul, no km 662, e na praça de pedágio de Garuva, no Norte de Santa Catarina, no km 1,3 da BR-101.

Por isso, a recomendação é de que os motoristas retornem e sigam pelas seguintes vias:

  • BR-376/PR – interdição no km 635 sul: opções de retorno no km 617, 619, 625 e 633
  • BR-376/PR – Interdição no km 662 sul: opções de retorno no km 644, 648 e 654.
  • BR-376/PR – Interdição no km 669 sul: opções de retorno no km 663.
  • BR-101/SC – Interdição no km 1 norte: opções de retorno no km 27, 25, 20, 14, 10, 6 e 1,8.

Uma das rotas alternativas indicadas no momento para ligação entre os dois estados é pela BR-470 e BR-116.

Além do Corpo de Bombeiros de Garuva, Santa Catarina também enviou para auxiliar nas buscas duas equipes especializadas em atendimentos extremos, de Balneário Camboriú e Itajaí, que possuem equipamentos para acesso a áreas deslizadas e resgate veicular. O Estado disponibilizou, ainda, binômios — duplas entre bombeiro militar e cão de busca — para atuar na procura por pessoas desaparecidas.

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Conforme a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, a previsão é que o resgate demore dias para ser realizado. Isto porque há dificuldades no acesso aos veículos. Segundo a pasta, há caminhões, por exemplo, que estão segurando a terra no local. Ao menos seis caminhões e entre dez e 15 veículos de passeio foram atingidos pelo deslizamento.

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