A chuva forte que caiu sobre a Grande Florianópolis na última terça-feira continua a causar estragos nesta quarta. Defesa Civil e bombeiros ainda contabilizam os estragos. Foram registrados alagamentos, deslizamentos de terra e queda de muro. Uma família ficou desalojada. As cidades mais prejudicadas são Palhoça e São José.

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A maré alta aliada a grande quantidade de chuva causou transtornos aos palhocenses. Uma família ficou desalojada quando um muro do cemitério da Rua dos Navegantes caiu. Outras duas famílias ainda estão na casa de parentes desde a semana passada quando também houve estragos por causa da chuva forte.

Muitas ruas de Palhoça ficaram interditadas na terça e começam a ser liberadas nesta quarta conforme a água vai baixando. Perto das 10h, a Defesa Civil deve ter o relatório com o balanço completo dos estragos.

Em São José, vários pontos da cidade tiveram alagamentos. Ruas ficaram embaixo d’água nos bairros Forquilhinha, Campinas e Flor de Nápolis. Também houve problema de drenagem e acúmulo de água em ruas do Bairro Potecas. Houve um escorregamento de terra na região do San Marino.

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Barranco desaba na Vila Esperança, Bairro Ipiranga em São José, e deixa moradores em risco

Foto: Guto Kuerten/Agência RBS

Parte da Estrada Geral de Papagaios, no município de Canelinha, desmoronou dentro do Rio Tijucas ao meio-dia de terça-feira, devido às chuvas da última semana. O barro ficou mole com o rio cheio e quando a água começou a baixar, parte da terra foi embora junto com o fluxo de água, causando uma cratera com mais de 25 metros de extensão.

O secretário de Obras da cidade, Francisco Honorato Cardoso Filho, optou por manter o trânsito normal no local nesta quarta-feira para não prejudicar moradores. A partir de quinta começam as obras para transferir a estrada para outro trecho, liberando a área atingida. Apenas depois da remoção da área de passagem de carros e pedestres é que poderá ser feito um projeto para conter o problema.

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Já em Santo Amaro da Imperatriz, que foi castigada com os estragos das últimas chuvas, não teve registro de problemas na terça-feira, conforme informações da Defesa Civil. Em Florianópolis, até o começo desta manhã, também não haviam ocorrências, conforme dados da Defesa Civil.

SC-405 ficou alagada na manhã desta quarta-feira

Foto: Guto Kuerten/Agência RBS

Mas segundo a Polícia Militar Rodoviária, que cuida do trecho do Sul da Ilha, a situação era de alerta. A SC-405 ficou parcialmente alagada. A faixa no sentido bairro-centro ficou comprometida. Os veículos passam devagar por causa do fluxo de água. Mesmo assim, o trânsito flui lentamente. A orientação é para os motoristas terem cautela.

Prejuízos para moradores

O comerciante de Palhoça Francisco Brasil, 50 anos, perdeu parte da casa que alugava depois da chuva de terça. O muro de arrimo, com mais de 2,5 metros de altura e 15 metros de extensão, caiu por volta das 20h30, assustando os inquilinos e causando prejuízo.

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A mistura de concreto, barro e areia despencou sobre a casa e destruiu a área de serviço. Ferramentas que estavam no terreno ficaram soterradas.

-O muro está aqui na porta-, conta.

O muro tinha 20 anos e teve o primeiro sintoma de que poderia ir ao chão na última semana. Rachaduras apareceram, mas nada foi feito para conter. Com a chuva de terça, a estrutura caiu.

Francisco estima ter que investir mais de R$ 30 mil para fazer um muro novo. Mas, por enquanto, ele aguarda técnicos da Defesa Civil que prometeram enviar um trator para retirar os escombros.

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O técnico de telecomunicações Paulo Sérgio Vieira, 43 anos, está em situação semelhante. Ele aguarda agoniado a visita da Defesa Civil depois que o barranco de trás da casa onde mora, na Servidão Joaquim Vieira, Bairro Ipiranga em São José.

No meio da madrugada desta quarta, ele e a esposa ouviram o barulho. Ao conferir o que estava acontecendo, perceberam a queda de terra e de árvore. Eles saíram de casa e foram abrigar a filha na casa da avó.

Paulo Sérgio teme, além do deslizamento de terra, a possível queda de um sobrado de cima do morro. O desmoronamento já está perto da viga e a qualquer momento pode atingir a estrutura da casa. Até agora, apenas os bombeiros apareceram lá.

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