Em Itajaí, a apreensão devido às chuvas deste domingo (8) é com a água que deve descer do Vale em direção à Foz do Itajaí-Açu. Conforme o vice-prefeito, Marcelo Sodré, “as coisas estão sob controle”. Um abrigo da cidade já está lotado — mais de 200 pessoas estão desabrigadas.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
Segundo Sodré, os períodos mais críticos são de 12 a 15 horas depois do pico em Blumenau, que atingiu 9,49 metros na madrugada. A expectativa é que a água chegasse à foz do Itajaí-Açu por volta das 17h.
— Temos uma vantagem porque a maré está baixando e com o que estamos acompanhando e cruzando os dados de maré, volume de água e represamento, não acreditamos que o cenário de Brusque impacte aqui. Devemos seguir com pontos de inundação em áreas já mapeadas — ressalta.
As áreas mais críticas, conforme o secretário de Obras do município, Márcio José Gonçalves, são a Murta (no Jardim Beira-Rio), Imaruí, e a parte mais baixa dos Cordeiros.
Continua depois da publicidade
Pelo menos seis pessoas foram resgatadas em Itajaí neste domingo (8) por ficarem ilhadas. Entre elas, uma idosa de 92 anos, que estava no bairro da Murta. Não há informações sobre feridos. Ao todo, o pelo menos 11 pessoas ficaram ilhadas neste domingo, algumas já resgatadas e outras ainda aguardando, conforme os bombeiros.
A força-tarefa dos bombeiros, que atua em Itajaí, é composta por quatro agentes, com um bote inflável. Outra equipe foi acionada para prestar apoio.
Abrigos em Itajaí
Três abrigos foram abertos em Itajaí: no Salão Paroquial da Igreja São Cristóvão (Rua Odílio Garcia, 445, bairro Cordeiros), que já atingiu a capacidade máxima de 200 pessoas abrigadas; no Salão Paroquial da Igreja São Vicente de Paulo (Rua Estefano José Vanolli, 1029, bairro São Vicente), que, até as 16h, estava com 21 pessoas abrigadas e tem capacidade para aproximadamente 200; e no Centro Municipal de Educação Alternativa de Itajaí (Rua José Pereira Liberato, 1398, bairro São João), que é um abrigo com acessibilidade para pessoas com deficiência. Lá, cerca de 13 pessoas estavam abrigadas até as 16h.
Continua depois da publicidade
Segundo a secretária de Assistência Social do município, Neusa Geraldi, dois outros abrigos estão de sobreaviso, no Promorar e na Murta. Eles podem ser ativados caso algum dos já abertos atinja a capacidade total.
Entre os moradores abrigados está Érico Galiza, de 105 anos. Ele e a esposa, de 75 anos, foram retirados às pressas de casa no sábado (7), quando a água começou a subir e invadir a casa que eles moram, na parte baixa do bairro Cordeiros. “Não deu tempo de tirar nada”, narra o aposentado. Os poucos pertences que ele conseguiu trazer foram roupas.
Além dele, há famílias com crianças, animais de estimação e com o pouco que conseguiram salvar. A maioria só conseguiu trazer roupas.
Situação dos rios em Itajaí
De acordo com a atualização das 9h, o Rio Itajaí-Açu na estação da Murta está em alerta, com 2,46 metros. O estado de emergência, ou seja, há risco de extravasar, quando a água atinge a marca de 3,3 metros.
Continua depois da publicidade
Já o Itajaí-Mirim retificado, na estação da colônia japonesa, também está em alerta, com 2,36 metros. Ele entra em emergência com 2,5 metros.
Outro ponto de alerta é o Itajaí-Mirim antigo, no Itamirim, que, às 9h, chegou à marca de 2,03 metros. O nível de emergência é com 2,25 metros.
Os acumulados no Litoral Norte e no Vale do Itajaí podem variar entre 70 e 100 milímetros na tarde deste domingo (8), o que pode, segundo a prefeitura, agravar o cenário de inundação gradual a partir da madrugada de domingo para segunda-feira (9).
Ocorrências
Até as 18h de sábado (7), a Defesa Civil de Itajaí havia atendido mais de 30 ocorrências relacionadas às chuvas. Na rua que dá acesso ao Morro da Cruz, no bairro Fazenda, o risco de deslizamento deixou a área em meia pista. Ainda foram registrados deslizamentos de terra nos bairros Cabeçudas, Fazenda, Santa Regina e São Vicente.
Continua depois da publicidade
Houve ainda registros de alagamentos nos bairros: Cidade Nova, Cordeiros, Fazenda, São Judas, São Vicente, Murta e Praia Brava.
Devido à turbidez do rio Itajaí-Mirim, o abastecimento de água também foi comprometido e pode ser paralisado. O Semasa, autarquia que opera o abastecimento de água na cidade, pede racionamento e uso consciente da água, apesar dos reservatórios estarem com capacidade máxima.