Choveu pouco em Blumenau em fevereiro. Os 73 milímetros que caíram nos 28 dias foram tão abaixo da média que o número foi o menor dos últimos 17 anos. A meteorologia explica que o fenômeno La Niña é a causa dessa falta de precipitação. No Vale do Itajaí há cidades em situação de estiagem por conta disso. No Oeste, seca histórica.

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O meteorologista Leandro Puchalski conta que a falta de chuva é causada pela presença do La Niña, que é o resfriamento do Oceano Pacífico bem na linha do Equador, entre a Indonésia e o Peru, associado à intensificação dos ventos nessa região. 

Quando essas alterações ocorrem há mudanças no padrão do clima em diversas regiões do mundo.

— Chamamos de acoplamento oceano-atmosfera. O La Niña começou em julho de 2020. Deve dissipar-se a partir de maio — detalha Puchalski.

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A volta à normalidade dos ventos e temperatura no oceano não necessariamente significa o retorno das médias habituais de chuva no Vale do Itajaí, já que isso depende também de outros fatores. Por ora, o meteorologista afirma apenas que até maio os índices continuarão baixos. Se o La Niña realmente dissipar, pode chover mais a partir de junho.

Em Blumenau, os últimos oito meses foram de chuvas abaixo da média. Fevereiro só não teve o menor índice desde os anos 1980 porque no último dia, durante a noite, choveu 28 milímetros. Assim, os 73 milímetros acumulados se tornaram o menor número de fevereiro desde 2006. O levantamento foi feito pelo Santa com base em dados do Centro de Operação do Sistema de Alerta (Ceops).

— Estiagem que chega a ser uma seca [falando do Oeste] é algo dentro da característica do clima de Santa Catarina. Portanto, já tivemos algo por aí em outros anos. A questão é que o Vale, devido ao relevo e à proximidade com o Litoral, sempre tem alguma chuva — tranquiliza.

Segundo o Samae Blumenau, a cidade não registra problemas na captação de água apesar da situação. Por enquanto, o cenário é “tranquilo”, define a instituição.  

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Veja a chuva e a média dos últimos meses em Blumenau

Estiagem no Alto Vale e seca histórica no Oeste

A estiagem em Santa Catarina já deixa pelo menos 191 cidades em extrema e severa seca. Divulgados em meados de fevereiro, os números são do Boletim Hidrometeorológico Integrado, relatório quinzenal feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado (SDE) e Defesa Civil de SC.

Nele, cidades do Alto Vale aparecem entre as classificadas com “seca severa”, que é quando há perdas de pastagens e escassez de água. Estão em nível de atenção para a estiagem municípios como Chapadão do Lageado e Petrolândia. 

A situação mais crítica do Estado, no entanto, é a do Oeste. Algumas prefeituras precisam fazer rodízios prolongados de abastecimento, intervenções de infraestrutura hídrica e necessitam de ajuda humanitária. 

Situação da estiagem em Santa Catarina
Situação da estiagem em Santa Catarina (Foto: Defesa Civil de SC, Divulgação)

Maravilha, Nova Erechim e São Miguel do Oeste estão entre as de situação mais crítica. Entre as que estão nesta situação.

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