As mudanças no caixa da Autoelétrica JG, do empresário Gustavo Duarte, 32 anos, em Santa Cecília, causaram um certo incômodo para ele. Se antes havia dinheiro da empresa no bolso do empreendedor, o que lhe dava segurança financeira, por outro lado ele conta que não tinha noção do quanto sua empresa faturava e quais as despesas mensais que ele e a esposa tinham com o negócio.

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Na ficha de inscrição preenchida por Joece, mulher de Gustavo, ela escreveu que precisava saber o caminho para poder administrar a empresa e mudar a rotina do casal. Agora, Joece se diz satisfeita com os novos hábitos na autoelétrica.

A consultoria feita por Daniel Keller, do Sebrae-SC, mostrou a Gustavo que é preciso separar os caixas pessoais e da autoelétrica, além de criar processos para organizar o atendimento, o espaço físico e ainda disciplinar o bolso a receber apenas o que é pagamento pelo trabalho. Desta forma, o lucro da autoelétrica passaria a ser usado para a própria empresa poder se capitalizar.

– Agora me sinto sem dinheiro no bolso, mas sei bem o quanto faturo por mês. Consigo avaliar os preços cobrados e sei quanto tenho disponível para investir quando for a hora certa – conta o empreendedor, que faz planos para comprar um equipamento eletrônico de aproximadamente R$ 12 mil, necessário para diagnosticar o problema em caminhões mais novos.

Próximo desafio é ter mais clientes

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Mesmo tendo mais papéis para preencher, como as ordens de serviço, o livro-caixa e o caderno com os contatos das empresas cadastradas para faturamento mensal dos serviços, a mudança de rotina é encarada com bom humor e otimismo pelo casal.

No entanto, o consultor Daniel Keller lembra que há mais a ser feito depois da participação do empreendimento finalizar pelo Eu Empresário:

– Passada a consultoria, uma das tarefas que fica para o Gustavo é apresentar a autoelétrica a pelo menos 10 novas empresas e, assim, aumentar a sua carta de clientes e depender menos da sazonalidade. A outra é encomendar a produção das placas, folders e cartões de visita que elaboramos durante o processo de visitas e foram orçados em R$ 3 mil.

Veja o que a empresa conseguiu cumprir do que foi sugerido pelo consultor

Gastos pessoais e da empresa

Havia confusão entre o caixa da empresa e o pessoal. A recomendação foi registrar em uma planilha as entradas de dinheiro por data e valores, assim como anotar quando são feitas as retiradas dos empresários. Joece e Gustavo estabeleceram apenas duas retiradas mensais com valor e data fixos. Houve dificuldade em atualizar uma planilha eletrônica, por isso foi implantado um livro-caixa. O casal conseguiu reduzir os gastos em 20%.

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Controle de faturamento e de serviços

Não havia controle de faturamento, nem do que era vendido, quais os serviços oferecidos e quanto se comercializava mensalmente. A proposta foi criar uma rotina para anotar os serviços e guardar os valores pagos por eles em um caixa da empresa. Além do livro-caixa, foi implantada a ordem de serviço e um quadro onde são anotados, todos os dias, quais serviços são agendados e ainda que peças estão faltando em estoque e precisam ser encomendadas.

Aumentar número de clientes fixos

O empresário precisava ampliar a quantidade de clientes fixos e deixar de ser refém da demanda de transporte de cargas, sobretudo a de madeiras. A orientação do Sebrae-SC foi para que Gustavo procurasse por novos clientes, principalmente empresariais. Com auxílio de Joece, o empreendedor listou as empresas para visitar, mas ainda não conseguiu organizar sua agenda em função da quantidade de serviços que ele precisa realizar na oficina.

Organização do espaço

Os ambientes da empresa não estavam separados. O consultor orientou para que fosse instalada uma divisória entre o atendimento e o estoque. Externamente também não há um bom visual da empresa. A sugestão foi de ser feita uma pequena reforma, com pinturas e nova iluminação. A colocação de uma divisória criou a impressão de espaço organizado. O empresário está negociando com a borracharia com a qual divide o galpão fazer as mudanças na fachada.

Identificação visual

Faltava identificação visual tanto na área externa quanto nas proximidades do posto de combustíveis. A consultoria auxiliou a criar placas, cartões de visita e folders mantendo um padrão visual. Os orçamentos para a produção do material foram feitos, mas a implantação do livro-caixa mostrou que não havia orçamento para essa necessidade no momento. Por isso, estão sendo realizados ajustes no orçamento para encomendar as placas e materiais para divulgação.

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