O escritor chinês Mo Yan, 57 anos, é o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2012. O nome dele foi divulgado nesta quinta-feira pela Academia Sueca. Nas suas obras, Yan costuma descrever o cotidiano de comunidades rurais na China, envolvendo histórias de amor e sensibilidade.

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Para especialistas em literatura, as obras de Yan têm forte conteúdo crítico sobre circunstâncias sociais, mas alia essa característica ao realismo mágico de Gabriel García Marquez. Nos seus textos, o chinês se dedica a detalhar imagens, cores e micro-histórias. Ele costuma falar da sua região, o Nordeste da China, e do interior do país.

Segundo pessoas próximas ao escritor, ele gosta de escrever, originalmente, em chinês tradicional, usando apenas papel e pincel. Costuma ser ágil na sua produção literária e gosta de contar a origem do seu pseudônimo. Em chinês, Mo Yan significa não falar.

O escritor destaca que optou pelo nome porque costuma ser franco e direto nas suas colocações. O nome de batismo dele é Guan Moye. No ano passado, o Prêmio Nobel de Literatura foi concedido ao sueco Tomas Tranströmer.

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Mo Yan consegue conjugar “com realismo alucinatório, lendas, histórias e elementos contemporâneos”, destacou o júri. O escritor é um prolífico autor de romances, contos e ensaios. Tem amplo reconhecimento em seu país, apesar das críticas a respeito de temas sociais, segundo o Comitê Nobel.

Nasceu em 1955 e cresceu em Gaomi, província de Shandong (leste da China). Entre suas principais obras estão “Sorgo Vermelho” (cuja adaptação para o cinema do diretor Zhang Yimou venceu o Urso de Ouro do Festival de Berlim em 1988) e “Fengru Feitun”, um vasto painel histórico da China no século XX a partir de um retrato de família.

No ano 2000, o Prêmio Nobel de Literatura foi atribuído a Gao Xingjian, um escritor chinês exilado na França e naturalizado francês em 1997.

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