Espalhar-se para dominar. Para a equipe olímpica da comunista República Popular da China, segunda colocada no quadro geral de medalhas na Olimpíada de Atenas, seguir a máxima do pensador esquerdista Leon Trotsky (1879-1940) foi essencial para o sucesso no maior evento esportivo da humanidade, disputado de 13 a 29 de agosto.
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Além de manter o grande sucesso em suas provas consagradas, como saltos ornamentais, tiro, levantamento de peso e tênis de mesa, os chineses se esforçaram para impulsionar a prática de esportes menos populares no país e obtiveram resultados bastante positivos nos Jogos anteriores aos que serão abrigados em sua capital Pequim, em 2008.
Das 32 medalhas de ouro conquistadas pelos chineses em solo grego, quatro vieram em provas nas quais eles tinham pouca ou nenhuma tradição até os Jogos Olímpicos: duplas de tênis femininas, canoagem C-2 500m masculino, natação 100m peito feminino, 10 mil metros rasos feminino e, a mais surpreendente vitória dos asiáticos na Olimpíada, os 110m com barreira masculino, a primeira da China em uma competição de velocidade nas olimpíadas.
Para o presidente do Comitê Olímpico Chinês (COC), Yuan Weinin, ser a segunda potência olímpica, tendo ultrapassado a rival Rússia, terceiro lugar no quadro de medalhas, é resultado dos esforços resultantes da vitória na disputa pela sede da Olimpíada de 2008.
– Podemos esperar ainda mais para daqui a quatro anos – disse o dirigente que comanda a entidade desde 2000. – Estamos prestando ainda mais atenção aos esportes nos quais temos muito a crescer em Pequim-2008 – completou.
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De Los Angeles-1932, quando participou pela primeira vez de uma Olimpíada, com apenas um atleta, até o evento na Grécia, para onde levou 407 competidores de elite, os chineses sofreram para se firmarem como potência olímpica.
A primeira delegação representativa do país vermelho veio em 1952, em Helsinque, apesar de ter sido enviada às pressas para a Finlândia, depois de o Comitê Olímpico Internacional (COI) reconhecer o comitê da China em detrimento do de Taiwan, considerado uma província chinesa rebelde.
Após essa participação, os chineses ficaram 32 anos afastados dos Jogos por conta da retirada de seu comitê de um dos assentos no COI. O retorno veio em Los Angeles, em 1984. Logo em sua primeira participação, os atletas do país asiático ficaram em quarto lugar no quadro geral de medalhas, com 15 ouros, atrás de EUA, Romênia e Alemanha Ocidental.
Em Seul-88, os atletas da China decepcionaram e terminaram apenas na 11ª posição, com cinco títulos olímpicos conquistados. Na Espanha, quatro anos depois, os chineses se recuperaram e voltaram à quarta colocação, com 16 medalhas de ouro.
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A posição seria mantida em Atlanta-96, com o mesmo número de medalhas. Na Olimpíada de Sydney, um ano depois de terem sua capital escolhida para abrigar os Jogos de 2008, os chineses ficaram em terceiro lugar no quadro geral, atrás de EUA e Rússia, com 28 medalhas.
As informações são da agência Reuters.