A China encostou na Europa e está prestes a se tornar o principal cliente das exportações brasileiras do agronegócio. Os chineses compraram 24,3% dos produtos agrícolas vendidos pelo país no primeiro semestre, ante 24,6% dos europeus, 8,2% do Oriente Médio, 7,3% da América Latina e 5,9% dos Estados Unidos. Os dados são do estudo Especial Agronegócio, do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).
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– Com a alta dos preços da soja, é provável que a China ultrapasse a União Europeia neste ano ou, no máximo, em 2013. E temos de considerar que a China é um país, enquanto a UE é um bloco – diz André Soares, coordenador de pesquisa e análise do CEBC.
O estudo será divulgado nesta quarta-feira (21), em São Paulo, na 4ª Conferência Internacional do CEBC Brasil-China. Os chineses avançaram velozmente na compra de alimentos e de outros produtos agrícolas produzidos no Brasil. Em 2008, representavam 11,5% das vendas do agronegócio brasileiro, enquanto os europeus detinham 32,9%. O comércio agrícola entre Brasil e China duplicou em três anos, de US$ 8 bilhões em 2008 para US$ 18 bilhões em 2011.
De acordo com especialistas, o grande problema do intercâmbio bilateral é a alta concentração. A soja representa hoje 66,7% do que o Brasil vende para a China na área agrícola, seguida de longe por pasta de madeira e celulose (7,5%) e por açúcar (7,3%). Os agricultores brasileiros também estão cada vez mais dependentes da China, destino para o qual embarcam 67,1% da soja que produzem. E a tendência é que a soja brasileira ocupe ainda mais espaço na China.
O Brasil é o segundo principal fornecedor de soja para os chineses, atendendo a 36,9% da demanda local, atrás dos Estados Unidos, com 42%. Os americanos, no entanto, praticamente estagnaram a produção de soja, preferindo plantar milho. No Brasil ainda há bastante área agricultável disponível.
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