O governo da China criticou, nesta terça, grupos pró-direitos humanos como a Anistia Internacional (AI) por aproveitar a proximidade dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 para aumentar os ataques “sem fundamento” ao país, segundo a Chancelaria chinesa.
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– Algumas organizações estão usando os Jogos Olímpicos como desculpa para aumentar a pressão contra a China, pois será um acontecimento visto por todo o mundo – disse a porta-voz Jiang Yu, em entrevista coletiva.
– É uma complicação para nós, em nosso esforço para realizar os preparativos – acrescentou Jiang, que acusou organizações como a AI de prepararem shows políticos contra a China.
As críticas de Jiang foram uma resposta a recentes relatórios de organizações como a Anistia Internacional e a Chinese Rights Defenders (CRD, em inglês), que nos últimos dias acusaram a China de usar os Jogos Olímpicos para aumentar a repressão política em cidades como Pequim. O último relatório redigido pela AI afirma que o país vendeu armamento ao Sudão, cujo governo é acusado de promover massacres e outras violações de direitos humanos na região de Darfur. Rússia, Kuwait, Arábia Saudita e Bielo-Rússia também enviaram armamento ao Sudão, violando o embargo internacional, de acordo com a AI.
A porta-voz da chancelaria assegurou que a China adota uma atitude cautelosa e responsável na venda de armas para a África, que ocorre de forma muito limitada e em pequena escala, além de serem apenas convencionais.
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– Vendemos apenas para países soberanos, não para organizações ou pessoas, e pedimos aos países que dêem informação sobre a pessoa que usará o armamento, nos assegurando que não seja transferido para uma terceira parte – explicou Jiang.
– Respeitamos as resoluções das Nações Unidas na hora de exportar artigos militares e não vendemos para regiões submetidas a embargo pela ONU – concluiu.
A porta-voz confirmou que a China enviará, a pedido das ONU, um grupo de engenheiros ao Sudão a fim de colaborar com as missões de paz, como parte da segunda fase de ações. Jiang não especificou quantos especialistas viajarão ao país africano, mas afirmou que se trata da segunda missão ao Sudão, que atualmente conta com cerca de 400 efetivos chineses no sul do território. Assim mesmo, destacou que a China sempre adotou uma atitude positiva com relação às missões de paz da ONU, tendo participado de 16 delas enviando mais de 3 mil pessoas entre civis, policiais e militares.