A China reforçou sua ajuda financeira à Argentina no equivalente a 9 bilhões de dólares, disponíveis para o Banco Central em caso de corridas cambiais ou necessidades de investimento, entre outros acordos comerciais assinados neste domingo pelos dois governos.
Continua depois da publicidade
A ajuda faz parte de um conjunto de 30 entendimentos alcançados hoje em Buenos Aires dentro da associação estratégica bilateral, durante uma cerimônia liderada pelos presidentes Xi Jinping e Mauricio Macri na residência oficial de Olivos, ao norte de Buenos Aires.
O novo acordo contribuirá para promover uma maior estabilidade financeira e assegurar a relação entre ambos os bancos centrais. Também irá facilitar o comércio bilateral, segundo um comunicado do Banco Central da República Argentina (BCRA).
O salva-vidas consiste em um swap cambial. O primeiro intercâmbio deste tipo foi fixado no equivalente a 11 bilhões de dólares em 2014, solicitado pelo governo da presidente Cristina Kirchner e renovado por Macri em 2017, para enfrentar graves déficits no setor financeiro externo.
Continua depois da publicidade
Xi foi o único presidente estrangeiro que fez uma visita oficial à Argentina durante a reunião de cúpula do G20, que terminou neste sábado. Após um almoço em Olivos, ele retornará a seu país.
A China é o segundo maior parceiro comercial da Argentina, atrás do Brasil. O intercâmbio alcançou em 2017 os 17 bilhões de dólares, mas a balança gera um déficit para a Argentina de 7,736 bilhões de dólares.
Antes do encontro deste domingo, os dois países conseguiram dirimir uma situação delicada ocorrida durante a reunião de cúpula, quando uma porta-voz do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que em seu encontro bilateral com Macri que eles reafirmaram “o compromisso de enfrentar a atividade econômica predatória da China”.
Continua depois da publicidade
Em entrevista coletiva, Macri desmentiu ter endossado estes termos e disse que “a China não é uma ameaça, é uma oportunidade para a Argentina”.
– Alimentos, estradas e ferrovias –
Os acordos contemplam que a China compre da Argentina produtos como carne bovina, cavalos puro-sangue, cerejas, mel e outros de origem agrícola. A Argentina, por sua vez, abrirá à China o setor de investimentos em infraestrutura rodoviária e a reativação de uma linha férrea.
“Quanto melhor estiver a China, melhor estará a Argentina, a região e o mundo”, afirmou Macri, que elogiou o programa de reformas e abertura de Pequim, iniciado há 40 anos.
Continua depois da publicidade
Sobre este processo reformista, Xi afirmou que conseguiu “tirar 750 milhões de chineses da pobreza, em um contexto de forte crescimento e desenvolvimento econômico”.
“Estreitamos com a Argentina a cooperação em matéria econômica, agrícola, de infraestrutura e financeira, entre outras áreas”, assinalou Xi.
Macri destacou, ainda, que a assinatura de uma declaração conjunta mostra “os consensos importantes em matéria de desenvolvimento a longo prazo alcançados. Foi uma reunião muito produtiva.”
Continua depois da publicidade
* AFP