Inundações, incêndios florestais, erupções vulcânicas e agora um potente terremoto seguido de alerta de tsunami. Os chilenos enfrentaram durante esse ano todas as tragédias conhecidas em um país com uma geografia louca e pessoas acostumadas a se reerguer.
Continua depois da publicidade
Nas vésperas de feriados nacionais, a celebração mais esperada pelos chilenos, a terra voltou a tremer.
Um potente terremoto de 8,3 graus de magnitude seguido por um alerta de tsunami os lembrou mais uma vez que os chilenos vivem em um dos países mais sísmicos do mundo.
O terremoto, que deixou até agora dez mortos, ocorreu às 19h54 locais (22H54 GMT) de quarta-feira e foi considerado pelas autoridades como o sexto mais potente da história do país e o de maior magnitude que o mundo viu em 2015.
“Trata-se de um terremoto de grande magnitude e está entre os mais potentes que ocorreram no mundo este ano, mas nós chilenos estamos acostumados a isso”, disse o ministro do Interior e Segurança, Jorge Burgos, ao entregar um balanço oficial.
Continua depois da publicidade
O tremor teve seu epicentro 42 km a oeste de Canela Baja, na região de Coquimbo, no norte do país, próximo à zona que em março sofreu com várias enxurradas que deixaram mais de 30 mortos após intensas chuvas em uma área desértica que sofria com uma forte seca.
As pessoas que moravam nos povoados arrasados pela lama agora se encontram em localidades costeiras, como Tongoy e Con Con, onde o litoral foi apagado pela série de ondas que seguiu o potente terremoto de quarta-feira.
A imagens de devastação, ainda que em menor magnitude, fizeram recordar o pesadelo vivido na madrugada de 27 de fevereiro de 2010, quando um terremoto de 8,8 graus de magnitude, seguido de um tsunami, devastou o sul do Chile, deixando mais de 500 vítimas.
Outro terremoto, de 8,2 graus, também foi sentido no norte chileno em abril do ano passado, causando seis mortes.
Continua depois da publicidade
Além disso, durante este ano os chilenos tiveram que enfrentar um novo incêndio florestal no porto de Valparaíso e a erupção sem vítimas fatais dos vulcões Villarrica e Calbuco, no sul do país.
Lições aprendidas
Durante o terremoto de fevereiro de 2010, a maioria dos habitantes da costa chilena não fugiu para áreas mais altas, sendo arrastada pelas ondas.
Agora, no entanto, um milhão de pessoas se mobilizaram em todo país na mais absoluta calma, sinal das lições aprendidas do passado recente.
“Nosso país tem padrões de construção que permitiram que a infraestrutura respondesse adequadamente”, afirmou a presidente, Michelle Bachelet, ao entregar um último balanço oficial.
Continua depois da publicidade
Em Santiago, onde o tremor foi sentido fortemente no meio da tarde, também não houve grandes problemas, mas ainda assim se repetiram cenas de pânico entre a população, apesar de tremores serem sentidos quase diariamente.
No Chile, a maioria dos tremores está relacionada com o movimento convergente da placa de Nazca com a Sul-americana, que se comprimem e acumulam grande quantidade de energia.
O país, de quase 5 mil km de extensão, também abriga ao norte o deserto de Atacama, o mais árido do mundo, enquanto que em todo seu território se concentram 90 vulcões ativos.
* AFP